Na sessão plenária desta quarta-feira (19/03), os vereadores Everton Assis (União Brasil) e Dione Carvalho (Agir) manifestaram descontentamento com colegas que extrapolaram o tempo de fala permitido na tribuna da Câmara Municipal de Manaus (CMM). O problema, ocorrido na terça-feira (18), impediu que outros parlamentares se pronunciassem e deixou convidados aguardando sem a devida homenagem.
Everton Assis classificou a atitude como inaceitável e propôs uma reunião de líderes para discutir o cumprimento do regimento interno.
“A gente precisa se adequar, sobretudo, ao regimento desta Casa. Temos que entender que uma questão de ordem não pode passar de oito minutos, não existe isso, e que dentro de uma questão de ordem ter colegas que vão apartear e aí prejudicando os demais colegas que não conseguiram se inscrever e se pronunciar. Tínhamos convidados que passaram a manhã todinha aguardando”, criticou.
Confira a fala de Everton Assis:
🔵 Everton Assis cobra veradores que não cumprem regimento interno na CMM: "A gente precisa se adequar" pic.twitter.com/kQ6owu3Vtl
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) March 19, 2025
O vereador Dione Carvalho também destacou que uma instituição coreana esteve presente para ser homenageada, mas ficou sem fala.
“Gostaria de explanar a minha revolta em comum, porque ontem recebemos aqui uma instituição coreana que tem trabalho no mundo inteiro. Eles vieram aqui porque seriam homenageados e ficaram das oito e meia até o meio-dia e ninguém me deu a palavra […] Respeito o regimento interno, respeito todos os vereadores, mas vamos no atentar ao regimento interno, senhores. Pelo amor de Deus!”, desabafou.

Dione Carvalho reforçou a cobrança pelo cumprimento das normas da CMM.
“Quem é vereador precisa ter a consciência que o regimento vai ser a segunda Bíblia. Ou você crumpe o que está no regimento interno ou você esta rasgando a cartilha da casa e, automaticamente, desrespeitando seus colegas”, completou.
Veja o trecho:
🗣️ Na CMM, Dione Carvalho faz reclamação após ficar 'sem falar' em sessão plenária pic.twitter.com/l6LFVMQCKv
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Vereador reconhece erro e pede desculpas
Diante das críticas, o vereador Coronel Rosses (PL) reconheceu que ultrapassou o tempo e se desculpou.
“Eu faço minha culpa, em relação ao comentário do vereador Everton. Quero dizer aqui que a falta de conhecimento da Lei não justifica qualquer erro que a gente possa cometer […] Farei de tudo, a partir de agora, para aprender com os colegas aqui presentes, para que isso não se repita”, afirmou Rosses.
Veja o momento:
Presidente da CMM também critica desrespeito ao regimento
Na semana passada, o presidente da CMM, David Reis (Avante), demonstrou insatisfação com a falta de cumprimento do regimento. Em sessão realizada no dia 12 de março, ele criticou vereadores que ultrapassaram o tempo de fala.
“O regimento, ele sempre estará acima de todos os colegas, inclusive acima desta mesa, por isso que tem vários procedimentos nesta casa que devem ser submetidos ao plenário. Eu ouvi com atenção o discurso dos dois primeiros oradores […] o vereador Rodrigo Sá se excedeu em três minutos e alguns segundos e o vereador Rosses se excedeu em mais de doze minutos fora os quatro regimentais, Rosses usou a tribuna por dezesseis minutos”, pontuou.
Reis discursou por quatro minutos alertando para o cumprimento das regras. Para evitar ser visto como “indelicado ou autoritário”, sugeriu que os parlamentares pudessem votar para mudar o tempo de fala caso considerassem necessário.
“Eu não serei banco de horas desta casa para nenhum colega vereador, eu vou pedir apenas que nós possamos de forma republicana e urbana respeitar o regimento que já existe antes da décima nona legislatura, se quisermos de forma coletiva discutir a mudança do regimento, faremos de forma urbana e dialogando, como sempre aconteceu nesta casa”, explicou.
O presidente ainda destacou que sempre defendeu o uso da tribuna, mas ressaltou que é preciso respeitar os limites.
“Eu não estou no quarto mandato para ter que cercear a palavra de quem quer que seja o vereador nesta casa. Pelo contrário, eu sou um defensor do uso da tribuna, porque eu costumo dizer que, infelizmente, o mandato do vereador é muito limitado. E entre essas limitações, o falar, o dialogar e o de se indignar na tribuna não deve ser esse cerceado”, acrescentou.