O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou-se, em entrevista concedida nesta terça-feira (7/5) ao programa ‘Bom dia, presidente’, sua intenção de negociar com empresários a respeito da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia. Este posicionamento surge em meio aos debates sobre a continuidade e os termos dessa política tributária, que foram recentemente impactados por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
Lula questionou a finalidade da desoneração, apontando para a necessidade de contrapartidas que beneficiem não apenas os lucros empresariais, mas também a mão de obra dos trabalhadores.
“Desoneração do jeito que eles querem é só para aumentar o lucro. Queremos contrapartida. Quero desoneração para aumentar lucro ou para aumentar o salário dos trabalhadores?”
Ele destacou a importância da seriedade dos empresários durante as negociações e expressou preocupação diante das incertezas sobre o futuro da desoneração.
“Quando entramos na Suprema Corte, o objetivo é sentar na mesa, negociar, e cada empresário dizer o que vai fazer. Ninguém garante que vai manter o emprego. Não tem nada escrito, queremos apenas seriedade dos empresários”, ressaltou.
No contexto jurídico, o presidente referiu-se à suspensão de trechos da lei que prorrogava a desoneração da folha até 2027, realizada pelo ministro Cristiano Zanin, do STF. Esta decisão, atendendo a uma demanda da Advocacia-Geral da União (AGU), levantou questões sobre os impactos nas contas públicas e no regime fiscal do país. O Senado, por sua vez, solicitou a revisão do despacho do ministro, argumentando que os parlamentares estavam cientes das consequências fiscais ao aprovarem a medida.
Além da desoneração, Lula abordou a meta do déficit zero e expressou sua preocupação com o chamado “déficit social”, ressaltando a importância de considerar o bem-estar da população em meio às discussões econômicas.