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STF proíbe militares de depor de farda em audiência dos “kids pretos” sobre suposta trama golpista

STF proíbe militares de depor de farda em audiência dos “kids pretos” sobre suposta trama golpista

Aconteceu nesta segunda (28/7) audiência dos réus do chamado “Núcleo 3” da trama golpista ao STF (Supremo Tribunal Federal). Dois tenente-coronéis do Exército foram impedidos de participar da audiência por estarem usando fardas da Força.

O juiz auxiliar Rafael Henrique Rocha, que conduz as oitivas, disse que essa é proibição expressa do ministro Alexandre de Moraes, do STF, por a acusação ser direcionada aos militares, não ao Exército brasileiro. A defesa de De Oliveira alegou, logo no começo da audiência, que ele foi impedido de participar da audiência por usar farda. O mesmo questionamento foi feito pela defesa de Ferreira Lima. Segundo os advogados, não há previsão legal para o impedimento.

Os dois, Rafael Martins de Oliveira e Hélio Ferreira Lima, foram orientados a trocar de roupa para participar da audiência. Rafael está detido em Niterói (RJ) e Hélio, em Manaus (AM). O depoimento deles foi tomado por videoconferência.


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Depoimento: Tenente admite plano para prender juízes

Em sua fala, Hélio Ferreira Lima admitiu que produziu documento em que aponta como “realizar a prisão preventiva dos juízes supremos considerados geradores de instabilidade”. Esse documento foi achado em pendrive apreendido pela Polícia Federal, e o tenente confirmou que produziu os dados.

O documento continha a chamada Operação Luneta. No entanto, o tenente-coronel afirmou que não tratava de um plano, mas apenas uma ferramenta de cenário prospectivo.

Em outro trecho da operação Luneta, fala-se em “neutralizar a capacidade de atuação do ministro Alexandre de Moraes”.

Segundo ele, o planejamento contido no documento foi um cenário apenas hipotético e fazia parte de um trabalho de inteligência, com previsão nos manuais do Exército Brasileiro. O material foi abandonado dois dias depois da criação e não teria sido mostrado a outras pessoas.

Hélio declarou:

“Esse documento é como se fosse um esboço, é um rascunho. É um estudo de cenário prospectivo que é previsto nos nossos manuais, produção do conhecimento de inteligência. O oficial de inteligência tem diversas possibilidades de estudo. Não é um plano, não tem etapas para golpe de estado, nem nada disso, é uma ferramenta prospectiva, olha sempre para o futuro”.

Ele também lamentou ter personificado o estudo na figura do ministro Moraes, e negou que tivesse havido “discussão ilegal” na reunião na casa do general Braga Netto em 2022. Segundo a denúncia, nessa reunião teria sido criado o plano cujo objetivo seria monitorar e até matar autoridades, como o ministro Moraes e o presidente Lula. O tenente-coronel negou ainda o monitoramento de qualquer autoridade.

Ao todo, dez réus depuseram por videoconferência no chamado Núcleo 3. São militares das forças especiais, chamados de “kids pretos”. De acordo com a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), os acusados do grupo seriam os responsáveis por ações táticas da tentativa de golpe de Estado, monitorando alvos e planejando sequestros e execuções.

Com informações de CNN Brasil e G1.