
Presidente do STF, Barroso tem encontro com lideranças indígenas em Tabatinga e Atalaia do Norte

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, teve um encontro com lideranças indígenas da comunidade Txexe Wassa, no município de Tabatinga, na região do Alto Solimões, na manhã desta sexta-feira (21/8), e a tarde irá até Atalaia do Norte, no rio Javari, para uma segunda agenda com indígenas da associação Unijava e o prefeito do município, Denis Linder Rojas de Paiva (PSC).
Conforme o STF, o objetivo da visita de Barroso a região é conhecer a situação do Judiciário na mediação de conflitos e como está o combate a crimes transnacionais, como tráfico de drogas, de pessoas e de armas. Com Barroso estão ainda o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Herman Benjamin, e o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, desembargador Jomar Saundes Fernandes.
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A região do Alto Solimões é uma das mais conflituosas do Brasil e esteve no centro das preocupações internacionais após o assassinato do jornalista Don Philliip e o indígenista da Fundação Nacional do Indigena (Funai) Bruno Pereira, em 5 de junho de 2022.
Também na região o Governo Brasileiro monitora a tensão militar entre as Forças Armadas da Colômbia e do Peru, países que disputam a posse da ilha de Santa Rosa, que é uma formação geológica recente e não constam dos tratados firmados pelos dois países, no anos 30 do século passado, definindo as fronteiras de cada um,
No encontro da tarde, Barroso conhecerá o trabalho desenvolvido pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava), uma associação fundada em 2010 e diz representar as etnias Marubo, Matis, Matsés, Kanamari, Kulina-Pano e grupos isolados de pouco contato com os povos urbanizados, como é o caso dos Korubos.
A Unijava tem atuação polêmica na região, pois desde 2021 criou uma espécie de guarda para proteger aldeias das ameaças de garimpeiros, narcotraficantes, madeireiros e missionários religiosos que tentam contato com tribos isoladas.
Essa guarda é conhecida como Equipe de Vigilância (EVU) monitora invasões, registra informações detalhadas dos casos e elabora relatórios com dados georrefereniados para subsidiar as ações do poder Estatal, como Polícia, Ministério Público, Defensoria e Justiça.
Foram integrantes da Unijava que descobriram os corpos de Don Phillip e Bruno Pereira e forneceu dados que levaaram a prisão dos acusados de matá-los.