O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta quarta-feira (9/4) que os preços dos alimentos devem continuar caindo nas próximas semanas. Segundo ele, a tendência é resultado da recente redução no valor das commodities agrícolas no mercado internacional, da renovação dos estoques e da diminuição na demanda por determinados produtos, como ovos, após a Páscoa.
“Recebi dados do setor varejista e atacadista mostrando que os preços da carne bovina já recuaram. No atacado, a queda foi ainda maior. Isso deve se refletir logo no varejo. O mesmo deve acontecer com itens como óleo de soja, arroz e feijão. Com o fim da Páscoa, os preços dos ovos também devem cair”, explicou o ministro.
Fávaro destacou que os resultados são fruto de ações do governo que priorizaram o incentivo à produção agrícola e ao aumento da oferta, sem interferências diretas no mercado. “Estamos começando a ver os efeitos de medidas ortodoxas, sem pirotecnia, focadas no estímulo à safra brasileira. Isso deve fazer com que os preços nos supermercados recuem ainda mais”, afirmou.
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O ministro esteve reunido nesta tarde com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir os detalhes do próximo Plano Safra, que entrará em vigor a partir de 1º de julho de 2025. A principal meta da nova edição, segundo Fávaro, será a manutenção dos juros do Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) nos atuais 8% ao ano.
“A intenção é utilizar o máximo de recursos do Tesouro para manter essa taxa de juros. Mas isso vai exigir um aporte maior do Orçamento”, disse Fávaro. Ele lembrou que, com a taxa Selic ainda elevada, atualmente em 14,25% ao ano, o custo para o governo manter juros subsidiados abaixo de dois dígitos aumenta significativamente.
Para os grandes produtores, o governo pretende ampliar a oferta de linhas de crédito atreladas ao dólar. De acordo com o ministro, esse tipo de financiamento é mais vantajoso para quem exporta, já que a receita é recebida em moeda estrangeira, o que protege o produtor das oscilações cambiais.
“A linha dolarizada não gera custo para o Tesouro e ainda oferece juros inferiores a 10% ao ano — hoje praticados em torno de 8,5%. A variação cambial é compensada pelo hedge natural do produtor que exporta. Esse será um dos pilares do novo Plano Safra”, explicou.
Fávaro também informou que já iniciou conversas com o Banco do Brasil e pretende dialogar com outras instituições financeiras que operam o crédito rural para ampliar o acesso a essas linhas dolarizadas.