O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou novamente nesta terça-feira (18/6) sobre o polêmico Projeto de Lei nº 1.904/2024, que propõe equiparar o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples. Em sua declaração, ele reafirmou ser contra a prática do aborto e disse que bebês frutos de um ato de estupro são como “monstros”.
Em entrevista recente, Lula destacou a complexidade do tema, ressaltando que a discussão precisa ser mais madura e responsável.
“O que temos que discutir é o seguinte: quem está abortando de verdade são meninas de 12, 13, 14 anos. É crime hediondo um cidadão estuprar uma menina de 10, 12 anos e depois querer que ela tenha um filho. Um filho de um monstro”, afirmou o presidente, questionando a lógica de obrigar uma criança a levar adiante uma gestação resultante de estupro.
“Nós temos que respeitar as mulheres. Elas têm o direito de ter um comportamento diferente e não querer.
“Por que uma menina é obrigada a ter um filho de um cara que estuprou ela? Que monstro vai sair do ventre dessa menina?”, completou.
Aproveitando a oportunidade, Lula criticou o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor do projeto.
“Ele [Sóstenes Cavalcante] diz: ‘Eu fiz esse projeto para testar o Lula’. Eu não preciso de teste, quem precisa de teste é ele. Eu quero saber se uma filha dele fosse estuprada, como ele ia se comportar,” disparou o presidente, exigindo maturidade no debate sobre o assunto.
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Aprovação da urgência
Na última quarta-feira (12/6), a Câmara dos Deputados aprovou a urgência do projeto, o que indica uma aceleração na sua tramitação. Atualmente, o Código Penal brasileiro não estabelece um limite de tempo para a interrupção da gravidez.
No entanto, uma enquete popular no site da Câmara revela que 87% dos participantes discordam totalmente do texto, enquanto apenas 13% concordam.
*com informações de CBN e Metrópoles