PF abre processo disciplinar contra Eduardo Bolsonaro por articular sanções dos EUA contra o Brasil

(Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
A Corregedoria da Polícia Federal (PF) instaurou um processo administrativo disciplinar contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que é escrivão concursado da corporação, por supostamente articular sanções econômicas do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), contra o Brasil.
O procedimento foi aberto após representação feita pelo deputado Guilherme Boulos (Psol-SP). Entre as possíveis sanções disciplinares previstas em casos do tipo estão advertência, suspensão, demissão e cassação de aposentadoria. O processo administrativo tramita sob sigilo.
Na denúncia, Boulos acusa Eduardo Bolsonaro de ter se mudado para os EUA com a finalidade de articular sanções contra o Brasil e contra autoridades nacionais, como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar afirma que a conduta do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro pode configurar improbidade administrativa e uso indevido do cargo em benefício próprio ou de terceiros.
Segundo a representação:
“É fato público e notório que o escrivão de polícia, ora afastado, Eduardo Nantes Bolsonaro, atualmente deputado federal licenciado, encontra-se nos EUA realizando articulações com o governo daquele país para a aplicação de sanções, taxações, penalidades econômicas e atos hostis contra o Brasil e contra autoridades nacionais”.

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Indiciamento recente pela PF
A abertura do processo ocorre pouco depois de a PF indiciar Eduardo e Jair Bolsonaro em 20 de agosto, sob acusação de tentar coagir o processo criminal que investigava um plano de golpe de Estado em favor do ex-presidente. O relatório final concluiu que o deputado atuou para articular sanções contra um ministro do STF, buscando interferir no julgamento.
De acordo com a Polícia Federal, as ações de Eduardo Bolsonaro e de aliados miravam diretamente instituições democráticas, como o STF e o Congresso Nacional, com o objetivo de submetê-las a interesses pessoais. A investigação também cita a participação do blogueiro Paulo Figueiredo e do pastor Silas Malafaia.
Entre as condutas apontadas estão pressões sobre congressistas para aprovar propostas de anistia, além de tentativas de destituir ministros do Supremo por supostos crimes de responsabilidade. As ameaças incluíram ainda sanções contra os presidentes da Câmara e do Senado, o que configuraria ataque ao livre exercício do Legislativo.
*Com informações de Poder 360
