PF vê indícios de grampo ilegal de Moro contra autoridades; senador reage

Foto: Pedro França/Agência Senado
Um despacho assinado pelo então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), o hoje senador Sergio Moro (União-PR), seria a prova documental de que ele mandou grampear irregularmente autoridades com foro privilegiado. O documento foi descoberto durante operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal (PF) no Paraná e, teoricamente, comprova ordens de monitoramento.
O despacho, datado de julho de 2005, foi publicado nesta quarta-feira (17/12) na coluna da jornalista Daniela Lima, do Uol.
No texto, Moro exige que um colaborador da Vara, o ex-deputado estadual Tony Garcia, fizesse uma nova gravação do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR), Heinz Herwig. Com o documento, a PF também achou a íntegra de um grampo de 40 minutos do qual Herwig foi alvo.
Moro teria ordenado um segundo grampo porque as gravações anteriores teriam sido consideradas “insatisfatórias para os fins pretendidos”. Veja abaixo:

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O documento seria a comprovação de um material enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por Garcia, que se diz um “agente infiltrado” do ex-juiz. O ex-deputado firmou acordo de colaboração em 2004 com o Ministério Público Federal, subscrito por Moro. Garcia teria atuado como informante em apurações conduzidas pela Vara então comandada por Moro.
A operação da PF na 13ª Vara, que localizou o documento, foi realizada no último dia 3 e autorizada pelo ministro Dias Toffoli, do STF. A determinação atendeu a reiterados pedidos do STF para que documentos relacionados a investigações anteriores à Lava Jato fossem enviados à Corte pela Justiça Federal do Paraná.
As autoridades gravadas só poderiam ser investigadas mediante autorização do STJ (Superior Tribunal de Justiça). O STF apura as denúncias de grampos ilegais.
Senador se defende: ‘Factoide’
Nesta quarta (17/12), Moro relacionou a publicação da reportagem do UOL sobre uma investigação da Polícia Federal contra ele ao suposto envolvimento de um dos filhos do presidente Lula (PT) em esquema de descontos ilegais no INSS. Ele postou no X:
“Estranhamente, esses factoides são ressuscitados no momento em que é revelado que Lulinha está sendo investigado pela PF por suspeita de envolvimento no escândalo do roubo do INSS”.
*Com informações de Metrópoles e UOL






