Nesta quinta-feira (20/02), durante o programa Meio-dia com Jefferson Coronel, da Rede Onda Digital, o vereador Eduardo Alfaia (Avante) concedeu entrevista exclusiva e comentou o recente aumento na passagem de ônibus em Manaus.
Segundo Alfaia, o novo valor é “justo e razoável” e “facilita até no troco”, justificando que é necessário fazer uma correção.
“Então é necessário fazer uma correção, é um valor que é razoável. Está dentro daquilo que é possível para a população. Facilita até o troco”, afirmou Alfaia.
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O vereador destacou que o reajuste se faz indispensável devido à diminuição dos usuários do transporte coletivo.
“Somos sabedores que a população tem feito menos uso do transporte coletivo, por conta dos transportes por aplicativos, que tiraram boa parte dos usúarios do transporte coletivo. Então tudo isso termina recaindo sobre o sistema”, afirmou ele.
Alfaia ressaltou que a redução no número de usuários impactou diretamente na arrecadação e, consequentemente, elevou os custos para a prefeitura, que tem tido que redirecionar recursos de outras áreas, como educação e saúde básica, para manter os investimentos no transporte.
Confira o trecho da entrevista:
🗣️ Eduardo Alfaia sobre aumento da passagem de ônibus em Manaus: "Facilita até o troco" pic.twitter.com/2JeXKMACe5
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) February 20, 2025
Saiba mais:
- Ministério Público busca suspensão do aumento da passagem de ônibus em Manaus
- Juíza suspende aumento da passagem de ônibus em Manaus
Aumento da passagem de ônibus em Manaus
O prefeito David Almeida (Avante) havia anunciado que o aumento da passagem de ônibus em Manaus, que passaria de R$ 4,50 para R$ 5, entraria em vigor a partir deste mês. Contudo, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) rejeitou, na terça-feira (18), o recurso da Prefeitura de Manaus contra a liminar que suspendeu o reajuste.
Dessa forma, a tarifa permanece registrada no sistema de bilhetagem em R$ 4,50, enquanto o aumento para R$ 5 continua suspenso até que haja uma análise técnica detalhada.
Na última sexta-feira (14), um dia antes de o reajuste ser efetivado por meio de decreto do Poder Executivo Municipal, a juíza Etelvina Lobo Braga, da 3ª Vara da Fazenda Pública de Manaus, determinou a suspensão do aumento. Embora a Prefeitura tenha recorrido da decisão, o pedido foi negado pelo desembargador plantonista Elci Simões de Oliveira, que orientou que o relator competente reavaliasse o caso após a distribuição regular do processo.
A administração municipal justificou o reajuste afirmando que a suspensão do decreto afeta a política de transporte urbano e gera um impacto econômico imediato, comprometendo a manutenção do serviço.
Segundo a Prefeitura, não houve ilegalidade no aumento, mas a decisão da desembargadora Mirza Telma de Oliveira Cunha, relatora do processo, indicou que a ação poderá ser revertida futuramente, caso a necessidade do reajuste seja comprovada com base em estudos técnicos aprofundados.
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A desembargadora destacou também que a perda de arrecadação, decorrente de falhas administrativas municipais, tem sido expressiva. Dados apresentados indicam que o número de passageiros caiu de 21 milhões em 2017 para 10,9 milhões em 2024, o que obrigou o município a aportar cerca de R$ 521,3 milhões para manter o sistema, enquanto o custo do transporte atingiu R$ 926 milhões e a arrecadação tarifária foi de apenas R$ 404,7 milhões.
Diante desse cenário, a relatora reforçou a necessidade de a administração pública garantir tarifas justas, investir na qualidade dos serviços prestados e manter a transparência nos cálculos tarifários, possibilitando o controle social sobre os processos de reajuste.
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) inclusive solicitou a imposição de uma multa diária de R$ 100 mil ao município e ao Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) em caso de descumprimento, mantendo a suspensão do reajuste até que o estudo técnico, que fundamenta a decisão, seja devidamente analisado.
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