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Unidos pelo partido, separados por livre arbítrio: o que a votação na CMM nos diz?

Ausências e votos divergentes entre vereadores da mesmo partido sobre empréstimo biolionário para a Prefeitura, mostra que a legenda pesa na eleição, mas não no plenário

A votação desta segunda-feira (25/3) na Câmara Municipal de Manaus comprovou, mais uma vez que, o partido pesa na eleição, mas no plenário cada um segue sua lógica. Na ocasião, os vereadores da mesmo sigla votaram em lados opostos, antigos opositores migraram para a base e alianças se formaram por conveniência.

O tema central até poderia ser a tramitação de empréstimos bilionários solicitados pela Prefeitura, porém, o que tomou à frente no protagonismo da casa legislativa foi a exposição de uma considerável desorganização partidária e a fluidez das alianças políticas. Vereadores de uma mesma legenda apresentaram posicionamentos divergentes, enquanto figuras anteriormente identificadas com a oposição agora se alinham à base governista.​

(Des)União Brasil e suas escolhas

O União Brasil é o exemplo mais claro. Com vários parlamentares em rota própria, a legenda do governador Wilson Lima demonstrou que não existe alinhamento definido. A votação demonstrou falta de coesão na bancada do União Brasil.

Enquanto Diego Afonso votou contra a tramitação dos empréstimos, seus colegas de partido Aldenor Lima, Saimon Bessa e Marcos Castilho foram a favor. O que levanta dúvida se a filiação tem influência apenas durante o período eleitoral.​

Também da mesma sigla, os vereadores como Professora Jacqueline e Everton Assis, que anteriormente se posicionavam como oposição, surpreenderam ao votarem favoravelmente à base governista.

A reportagem do Onda Digital entrou em contato com os parlamentares para entender a estratégia utilizada e se seria uma nova aproximação com o Executivo municipal, ou seja, David Almeida (Avante). O espaço segue aberto.

Ausência significativa 

A ausência de Zé Ricardo, um nome forte da oposição, deixou a base crítica desorganizada, em um momento onde o posicionamento claro do parlamentar seria crucial para decisão final.

Apesar de inicialmente ter votado contra os pedidos de urgência dos empréstimos na casa legislativa, na votação final, Zé Ricardo acabou sendo ausente na plenária, devido a um compromisso fora da CMM.

“Eu tive que ausentar para ir para um evento, uma atividade na Colônia Antônio Aleixo, onde a gente apoiando uma luta de muitos anos os filhos foram separados dos pais com hanseníase isso causou a vida dessas pessoas, um grande abalo. (…) Então eu estava lá nesse evento, quando eu soube que as comissões estavam se reunindo em caráter de urgência para ainda provar ontem esse projeto, é lamentável”, disse o petista à Rede Onda Digital.


Saiba mais: 

Cada um por si: votação na CMM expõe que União Brasil não manda no voto

Vídeo: projeto que propõe exames toxicológicos para servidores e políticos avança na CMM


 

Partido alinhado gera resultados 

Uma base que segue fortemente aliada e sem interrupções de ideologias, é a maior bancada da casa legislativa, o partido Avante que conta com nada mais, nada menos que sete parlamentares: Eduardo Alfaia, David Reis, Joelson Silva, Eduardo Assis, Gilmar Nascimento, Rodinei Ramos e Pai Amado.

Os membros desse partido seguem o mesmo foco em escudar o Executivo Municipal, um exemplo claro disso, foi a manobra realizada para a votação em urgência dos textos envolvendo os empréstimos. Os Projetos de Lei foram protocolados na noite de segunda-feira (24/3), e logo pela manhã de terça-feira, dia 25, o líder do prefeito na casa legislativa, Eduardo Alfaia, solicitou a Ordem do Dia e foi acatado pelo presidente David Reis, mesmo com a contrariedade dos vereadores de oposição.

Desorganização partidária e alianças por conveniência

Por sua vez, os únicos representantes do PRD, Partido Renovação Democrática, Thaysa Lippy e Sérgio Baré seguiram rumos contrários. Thaysa se mostrando ser cada vez uma voz feminina no lado da oposição, votou contra o pedido de empréstimo, diferente de Baré, que esteve a favor desde o inicio da discussão.

À Rede Onda Digital, Baré disse que seu voto foi tomado “por Manaus”, e pelas “conversas com assessorias técnicas”, e descartou que apesar de fazer parte do mesmo partido que a colega, cada um segue sua linha de raciocínio.

“Acho que cada um tem um entendimento, cada um tem sua assessoria técnica, eu me baseei exatamente em cima do que eu converso com minha assessoria técnica, e tomei uma decisão por Manaus, pela nossa cidade, votei a favor do empréstimo porque eu entendo que hoje Manaus, nossa cidade, precisa de investimento em infraestrutura, na Saúde, na Educação”, pontuou nesta quarta-feira (26/3).

Essa situação reforça a percepção de desalinhamento dentro dos partidos.​

Outro voto que chamou atenção nessa votação foi de Yomara Lins (Podemos). Anteriormente, ela era vista com pautas voltadas para a oposição, mas recentemente, vem atuando em relaxamentos de emendas e recursos destinados ao Executivo Municipal. Esse comportamento pode indicar um novo alinhamento político ou a busca por interesses estratégicos específicos.​

Procurada pela reportagem, a parlamentar não respondeu os questionamentos sobre as “mudanças de ideologias”. 

 

*Colaboração de Vanessa Goudim. 

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