O requerimento para que o projeto de lei da anistia aos acusados do 8 de Janeiro tramite sob regime de urgência chegou a 257 assinaturas na quinta-feira (10/4). Assim, o pedido garantiu o apoio da maioria absoluta de deputados federais.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), foi quem anunciou as 257 assinaturas necessárias, mas não mostrou a lista. A atitude atende a uma sugestão de Bolsonaro. O ex-presidente teme que o governo Lula pressione deputados de partidos com ministérios a retiraram o nome da lista.
Assinaturas
Embora isso não garanta a análise e votação imediata do projeto, permite que o pedido de urgência seja protocolado no sistema da Câmara. A decisão agora está nas mãos do presidente da casa, Hugo Motta, que deve pautar o pedido após o feriado da Semana Santa, a partir de 24 de abril.
As assinaturas incluem parlamentares do Partido Liberal, União Brasil, Partido Progressistas, Republicanos, entre outros. Inclusive, grande parte dos apoiadores pertencem a siglas que compõem a base do governo no Congresso Nacional.
A aprovação de um texto que garanta anistia aos envolvidos na depredação às sedes dos Três Poderes é defendida fortemente pelo Partido Liberal. Entretanto, nem todos os parlamentares da sigla assinaram, até recente atualização, o requerimento de urgência.
O projeto de lei, apresentado pelo deputado Rodrigo Valadares, do União de Sergipe, propõe o perdão para aqueles que participaram ou financiaram os atos de 8 de janeiro, além de atos anteriores classificados como golpistas.
Em vídeo, Sóstenes diz que “às 22h22, com a assinatura do deputado Paulo Azi, do União Brasil da Bahia, nós chegamos as 257 assinaturas para o requerimento de urgência da anistia”.
“É uma vitória das pessoas que estão injustiçadas”, disse o líder do PL. A ideia, é apresentar o requerimento com as assinaturas, ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a quem caberá a decisão de pautar ou não a urgência.
Veja vídeo do deputado Sóstenes
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O governo quer retaliar deputados federais da base aliada que assinaram a lista em apoio à tramitação em urgência do projeto de lei da anistia.
Há deputados do União Brasil que estão na lista, sendo que o partido conta com o comando de duas pastas na Esplanada, por exemplo.
Para tanto, governistas estudam rever a concessão de cargos e indicações importantes para esses deputados nas respectivas bases eleitorais, além do pagamento de emendas que possam beneficiá-los.
Segundo bastidores, a pressão do governo já faz efeito e três deputados retiraram a assinatura após serem cobrado por governistas por assinarem o pedido. Os nomes são mantidos em sigilo pelo PL.
Deputados ligados a Lula afirmam que Hugo não irá ceder à pressão, nem que haverá consenso da maioria na próxima reunião de líderes.
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