Em sessão no Senado Federal com a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, nesta terça-feira, 27/5, o senador Omar Aziz (PSD) reforçou que os amazonenses têm o direito de trafegar pela BR-319, refutando a ideia de que a estrada deva permanecer sem a devida manutenção por questões ambientais.
“Nós temos o direito de passear na 319. A senhora passeia na Avenida Paulista hoje. Nós queremos passear na 319”, afirmou, dirigindo-se à ministra.
Essa fala rebate a uma declaração feita pela ministra, em novembro de 2023, onde durante a CPI das ONGs, foi questionada sobre a não conclusão da rodovia.
“Socialmente a gente até entende, agora ambientalmente e economicamente, não se faz uma estrada de 400 quilômetros no meio de floresta virgem apenas para passear de carro, se não tiver ação associada a um projeto produtivo”, declarou à época.
Hoje, Omar relembrou as mais de 15 mil mortes em Manaus durante a pandemia de Covid-19, muitas delas agravadas pela falta de oxigênio e pela ausência de uma ligação rodoviária entre Manaus e o restante do país.
“Eu vi quinze mil pessoas morrerem na cidade de Manaus por falta de oxigênio, porque a BR-319 não estava asfaltada e era época de inverno, ministra. Meu irmão morreu por falta de oxigênio, amigos meus morreram por falta de oxigênio porque não tinha uma estrada para levar oxigênio. A senhora quer que eu fique passivo a tudo isso?”, desabafou o parlamentar.
Veja o momento:
“Eu vi 15 mil pessoas morrerem em Manaus por falta de oxigênio, porque a BR-319 não estava asfaltada”, diz Omar Aziz em discussão com Marina Silva pic.twitter.com/P3Bile8CLh
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) May 27, 2025
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Além disso, o senador cobrou resolutividade do governo federal para a obra, classificando como inadmissível que o povo do Amazonas continue prejudicado pela falta de infraestrutura na região.
“Não é conversa fiada, não é discursinho. Se Brasília tivesse que ser construída hoje, o Juscelino Kubitschek levaria 100 anos, coisa que ele fez em cinco porque se um calango estivesse lá, o Ibama não permitiria. O Lago Paranoá não existiria, Camboriú não existiria, Ipanema não existiria, Copacabana não existiria. E nós é que temos que pagar essa conta?”, questionou Omar.