Durante audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (16/10), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) travaram um embate. Além de Ferreira, outros parlamentares bolsonaristas fizeram duras críticas à atuação da ministra na pasta e no enfrentamento das queimadas nos biomas brasileiros.
Nikolas Ferreira começou uma série de ataques direcionados para Marina Silva. O deputado mineiro chamou a titular do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima de “incompetente” e “incoerente”, apontando uma tentativa da ministra de se eximir da culpa pelas queimadas.
“Da maneira como a ministra Marina Silva fala, parece que ela é ministra do meio ambiente da Finlândia. A gente tem quase que te agradecer por tudo que você fez e, caso a gente não faça isso, a culpa é nossa. Só falta falar que a culpa é do [ex-presidente Jair] Bolsonaro”, disse.
O parlamentar do PL não questionou a ministra sobre nada da pauta em questão na audiência. Ele afirmou que, mesmo se fizesse, não receberia respostas. Nikolas também lembrou as críticas que Marina Silva havia feito ao presidente Lula e à ex-presidente Dilma Rousseff, ironizando o apoio de personalidades internacionais e da classe artística sobre os problemas das queimadas.
“A ministra do passado eu poderia dizer que era diferente da de agora, mas é a mesma, é a mesma pessoa incompetente e incoerente. E se precisar de ajuda, pede ao pessoal do Caetano Veloso, pede à Greta (Thunberg, ativista) ajuda para poder ajudar. Agora, o meu papel aqui é mostrar o quanto você é incoerente, o quanto é lamentável ter um governo que só se preocupa com o poder”, completou Nikolas Ferreira.
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Marina Silva também foi questionada por Julia Zanatta (PL-SC) e Ricardo Salles (Novo-SP), que foi ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro (PL). Em resposta ao bloco de perguntas, a ministra questionou a preocupação dos bolsonaristas com a pauta climática.
“Confesso que eu gostaria muito, mas muito mesmo, que essas preocupações ambientais se refletissem na prática e que elas fizessem parte da vida e do cotidiano das pessoas que colocam com tanta veemência essas preocupações ambientais”, disse Marina.
Na discussão mais acalorada da sessão, contra a deputada Zanatta, a ministra foi acusada de não responder aos questionamentos e teve de ouvir que deveria pedir demissão do cargo de titular do Meio Ambiente. Marina retrucou, dizendo que a parlamentar queria “lacrar para as redes sociais”.
“Capacho é quem faz discurso de encomenda. Mesmo conhecendo a biografia de uma pessoa, faz discurso de encomenda para fazer lacração. E vem aqui com fala manda fazer acusações inverídicas. Isso é ser capacho. Quem não defende aparece agora como ambientalista de conveniência, que nunca fez nada”, afirmou Marina Silva.
A ministra ainda defendeu as ações tomadas pelo governo Lula em relação ao combate às queimadas e ao desmatamento na Amazônia, mas afirmou que é preciso intensificar as ações a cada ano. Ela lembrou que o próprio Congresso Nacional reduziu os recursos do Ibama e do ICMBio no orçamento.
*Com informações do portal Estado de Minas