A fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), no último final de semana, continua repercutindo: em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no último domingo, 6, ele defendeu ações de um consórcio de estados do Sul e Sudeste para atuar no Congresso Nacional contra perdas econômicas provocadas por políticas que beneficiariam estados do Norte e Nordeste.
Ele disse:
“Está sendo criado um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, e o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade…Tem, sim. Nós também precisamos de ações sociais. Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década”.
Zema também comparou o país a um produtor rural que dá “tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito”, se referindo, no primeiro caso, aos estados do Norte e Nordeste.
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A entrevista de Zema, opositor do governo Lula, teve grande repercussão e foi denunciada por vários políticos e membros do governo. No entanto, grupos separatistas do Sul do país aplaudiram a fala do governador, com posts nas redes sociais que têm viralizado.
Pelo Twitter, um mapa do Brasil com as palavras “muro já” separando Estados ao Sul e ao Norte junto à frase “força Zema, apoiamos você” foi curtido e compartilhado quase 10 mil vezes.
O perfil de um grupo separatista no Facebook postou link para a entrevista de Zema, e escreveu:
“Já passou da hora de pensarmos na possibilidade de independência dos Estados do Sul e Sudeste. Chega de pagar a conta de Estados que não querem nada a não ser sugar até a última gota de sangue de quem trabalha e produz”.
Também tem circulado no Telegram uma versão de um mapa do Brasil contendo apenas os estados das regiões Sudeste e Sul:
Esses separatistas defendem a independência do Sul do país e compartilham conteúdo sobre o que chamam de “Confederação Sul-Sudeste”, ou “Brasil do Sul”, uma proposta de divisão política definitiva no país.
No entanto, a Constituição Federal proíbe qualquer dissolução da República brasileira. Segundo o primeiro artigo da Constituição, a República Federativa do Brasil é “formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”. O pacto federativo é cláusula pétrea da Constituição – ou seja, não pode ser alterado a não ser que uma nova Carta Magna seja promulgada.