O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, afirmou, nesta quinta-feira (29/5), que após o fim da fiscalização que está sendo conduzida pelo governo federal, apenas “poucas e boas associações” que atuam com aposentados e pensionistas deverão continuar existindo no país.
A declaração foi feita durante entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, transmitido para todo o Brasil.
De acordo com Wolney, a ação visa beneficiar diretamente os aposentados e pensionistas ao garantir que apenas as entidades regulares e comprometidas com a prestação de serviços legítimos continuem operando.
O ministro explicou que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em parceria com o Ministério da Previdência Social, está realizando um rigoroso “pente-fino” nas entidades associativas. A fiscalização tem como principal objetivo separar as instituições confiáveis daquelas envolvidas em esquemas bilionários de descontos indevidos aplicados diretamente nas folhas de pagamento dos beneficiários da Previdência.
“Agora vai acontecer um pente-fino, vamos fazer uma checagem de todas essas associações, de como elas se comportam, de como elas trabalham, e, ao final de tudo, nós vamos separar o joio do trigo e vamos ficar com o trigo. O que é o trigo? São as associações que efetivamente existem, que prestam serviços aos aposentados, associações que têm 60 anos, 40 anos, e são amplamente conhecidas pelos aposentados”, explicou Wolney Queiroz.

“Mas eu acho que, ao final de tudo, ficarão poucas e boas associações fazendo esse trabalho de atendimento aos aposentados”, reforçou o ministro Wolney Queiroz.
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Desafio de resgatar a credibilidade da Previdência Social
Wolney Queiroz também reconheceu que a retomada da credibilidade da Previdência Social é um “desafio enorme” que está colocado para a sua gestão. Apesar disso, o ministro garantiu que a equipe está preparada e comprometida para enfrentar e superar esse obstáculo.
Outro ponto abordado por Wolney Queiroz durante a entrevista foi a necessidade de aprimorar a segurança e o controle dos acessos aos sistemas do INSS. De acordo com o ministro, a atual gestão tem trabalhado em conjunto com a Dataprev — empresa pública responsável pelo processamento de dados previdenciários — para garantir a proteção das informações dos segurados.

“Para você ter uma ideia, quando nós recebemos o Ministério da Previdência Social havia três mil pessoas com acesso aos dados dos aposentados, três mil pessoas, três mil senhas. É muita gente, né? Então hoje são treze pessoas, até semana passada”, revelou Wolney Queiroz.
Mais de 4 milhões de aposentados foram vítimas
A fiscalização intensificada ocorre após revelações de que milhões de aposentados podem ter sido lesados por associações fraudulentas. Em entrevista concedida à CNN na última segunda-feira (26), o presidente do INSS, Gilberto Waller, informou que 41 dessas associações já foram alvo de uma auditoria interna que visa apurar eventuais novas fraudes.

Segundo a estimativa do próprio INSS, cerca de 4,1 milhões de aposentados podem ter sido vítimas desses descontos indevidos, o que expõe a gravidade e a amplitude do esquema fraudulento que atingiu diretamente a parcela mais vulnerável da população.