Após indicar Flávio Dino para ocupar cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Lula (PT) pretende testar o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Cappelli, como interino no comando da pasta até que todo o processo de sabatina e aprovação seja concluído no Senado Federal.
Dino deve ficar à frente do ministério até a terceira semana de dezembro e sugeriu a Lula que Cappelli o suceda, segundo apurou a CNN. O auxiliar, na avaliação de Dino, já mostrou capacidade para o posto, quando foi interino tanto na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal como no Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
A ideia é que Lula o mantenha na função até fevereiro. E, no próximo ano, tome uma decisão. Além de Dino, Cappelli também conta com apoio na cúpula nacional do PSB.
Lula já deixou claro a interlocutores que, para amenizar a escolha de um homem para a Suprema Corte, gostaria de uma mulher para a Justiça.
Nesse caso, separaria em duas pastas – da Justiça e da Segurança Pública. A nova pasta, a qual seria associada à Polícia Federal (PF), poderia ficar sob o comando de Cappelli, apesar de resistências dentro da PF.
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Já a pasta da Justiça poderia ser assumida pela ministra Simone Tebet, que seria reconduzida do Planejamento, ou pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que ficou sem cadeira ministerial após a posse do petista.
Lula tem afirmado que, caso decida manter a estrutura no formato atual, prefere colocar um nome de sua confiança do que atender a uma demanda partidária ou de gênero.
Se decidir pelo nome de Tebet, Lula já foi aconselhado a fazer um anúncio conjunto, contemplando o PT com o Ministério do Planejamento.
A ideia é evitar dar margem para uma pressão do bloco do centrão pelo posto, considerado estratégico na definição dos recursos para emendas parlamentares.