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Lula afirma que ninguém envolvido em esquema no INSS será poupado: “Se tiver filho meu metido nisso, será investigado”

A Operação Sem Desconto apura desvios ocorridos entre 2019 e 2024, que podem chegar a R$ 6,3 bilhões
18/12/25 às 16:43h
Lula afirma que ninguém envolvido em esquema no INSS será poupado: “Se tiver filho meu metido nisso, será investigado”

(Foto: reprodução)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (18/12) que todos os envolvidos no esquema de fraudes em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) serão investigados e punidos, deixando claro que isso se estende também ao seu filho. A declaração foi dada durante um café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, em meio ao avanço das investigações da Polícia Federal.

Questionado sobre a apuração e sobre a suposta relação comercial entre Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e seu filho, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, o presidente disse que ninguém será poupado.

“Eu tenho dito aos meus ministros e a quem participa da CPMI, que é importante seriedade nisso. Se tiver filho meu metido nisso, vai ser investigado, se tiver o Haddad, Rui Costa, vai ser investigado”, afirmou Lula, destacando que parte das apurações segue sob sigilo.

Nova fase de operação

Nesta quinta, a Polícia Federal deflagrou uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos ilegais em benefícios do INSS. A etapa foi autorizada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que retirou o sigilo da decisão.

Segundo o despacho, a PF identificou cinco transferências de R$ 300 mil, somando R$ 1,5 milhão, feitas pela empresa Brasília Consultoria Empresarial S/A, ligada ao “Careca do INSS”, para a RL Consultoria e Intermediações Ltda., pertencente a Roberta Moreira Luchsinger, também investigada. Em mensagens analisadas pelos investigadores, um dos repasses é citado como destinado ao “filho do rapaz”, sem que a decisão judicial detalhe a quem a referência se dirige.


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A decisão também menciona diálogos entre Roberta Luchsinger e Antônio Carlos Antunes, nos quais ela alerta sobre a apreensão de um envelope durante uma fase anterior da operação e orienta o investigado a descartar telefones utilizados.

Nesta fase da investigação, a PF prendeu Romeu Carvalho Antunes, filho do “Careca do INSS”, e Eric Fidélis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis. O ministro André Mendonça determinou ainda a prisão domiciliar de Adroaldo Portal, ex-secretário-executivo do Ministério da Previdência, exonerado após a operação.

A Polícia Federal chegou a solicitar a prisão do senador Weverton Rocha (PDT-MA), apontado como beneficiário do esquema e apoio político do grupo investigado, mas a Procuradoria-Geral da República se manifestou contra a medida. O parlamentar, no entanto, foi alvo de mandado de busca e apreensão. Em nota, Weverton afirmou ter recebido a ação “com surpresa” e disse estar à disposição para prestar esclarecimentos.

Ao todo, estão sendo cumpridos 52 mandados de busca e apreensão, 16 de prisão preventiva e outras medidas cautelares em São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais, Maranhão e no Distrito Federal.

A Operação Sem Desconto apura desvios ocorridos entre 2019 e 2024, que podem chegar a R$ 6,3 bilhões. Segundo as investigações, aposentados e pensionistas tinham valores descontados mensalmente de seus benefícios sem autorização, sob a justificativa de vínculos com associações que, na prática, não prestavam os serviços prometidos.

Onze entidades foram alvo de decisões judiciais, e os contratos com beneficiários do INSS foram suspensos. A crise provocada pelo caso levou à saída do então ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), que foi substituído por Wolney Queiroz, ex-secretário-executivo da pasta.

*Com informações do G1.