O deputado estadual Sinésio Campos (PT) esteve hoje, 31, no estúdio da Onda Digital para ser entrevistado no programa Fiscaliza Geral. Ele voltou a falar sobre a polêmica questão dos medidores aéreos que a empresa Amazonas Energia voltou a implantar na cidade, mediante decisão judicial do Tribunal da Justiça do AM que derrubou a liminar que proibia a concessionária de instalá-los.
Sinésio afirmou:
“A CPI da Amazonas Energia constatou a existência de cobranças indevidas, gatos feitos pela própria empresa. E o que a concessionária falou na própria CPI? Que se os consumidores se sentissem lesados, que fosse fazer uma perícia junto ao Inmetro ou Ipem, para serem ressarcidos. Mas qual é o cidadão que tem tempo para fazer isso? A pessoa acaba sendo lesada, então eles apostam no cidadão que não vai em busca dos seus direitos.
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A respeito especificamente dos medidores, Sinésio disse:
Foi identificado que esses medidores não interferem em nada no consumo das pessoas. Eles são na verdade uma aberração, que eles compraram fora, mais de 100 mil medidores, e querem fazer hoje a desova desses medidores. Temos 4 empresas no Distrito Industrial que produzem medidores inteligentes, mas eles querem colocar esses aparelhos jurássicos, cheios de fiação.
A Amazonas Energia conseguiu derrubar a liminar do senador Eduardo Braga, mas tem uma lei de minha autoria, estadual, que proíbe a instalação dos medidores aéreos. A empresa também tentou derrubar essa lei no TJAM, mas perdeu. Como resultado, recorreu ao Supremo. Então, como é uma lei estadual, só pode ser derrubada por decisão no pleno, então agora entre 13 e 15 de fevereiro ela vai entrar em pauta”.
Sinésio foi categórico sobre a retomada da instalação dos medidores aéreos:
“Essa instalação é ilegal, essa empresa não pode estar fazendo isso, a população não deve deixar. Ela está devendo mais de R$ 7 bilhões. Os donos que a compraram por R$ 50 mil já querem passar a empresa para frente. Estive na Aneel em Brasília e verifiquei que essa empresa é deficitária, continua com caça-níqueis, e pra provar que fez investimento no serviço, ela tem que fazer a desova desses medidores de qualquer jeito. O que a empresa gasta na justiça, deveria gastar na qualidade do serviço. Ela continua abusando da paciência do povo, e continuo acompanhando no STF. Tenho certeza que vão perder lá também. Aviso que vou continuar como presidente da Comissão de Minas e Energia, para a tristeza desses vigaristas da Amazonas Energia”.
O deputado também falou sobre a Zona Franca de Manaus e a questão ambiental no estado:
“Não dá para se ter nenhuma exploração dos nossos recursos naturais sem levar em consideração o politicamente correto, o economicamente viável e o ambiente sustentável. Se nós temos aqui a Amazônia exuberante, se tem um estado que preservou o seu bioma é o Amazonas. Mas pagamos o preço, isso se deve à ZFM, que na visão de muitos é um paraíso fiscal. Hoje sabemos que há saídas pra essa questão, que não degradam o meio ambiente. Mas ainda se faz de maneira primitiva porque os governos nunca cuidaram disso. Nunca criaram secretarias especiais pra cuidar disso. Uma secretaria assim precisa ser instalada, e como presidente de Minas e Energia vamos fazer consultas públicas, vamos retomar esse debate. E tudo que estou falando aqui eu levei para a equipe de transição do governo Lula”.
A entrevista completa com o deputado Sinésio Campos pode ser assistida aqui.