O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (12/05) que o escândalo de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) “enojou o país inteiro”.
Durante entrevista ao portal UOL, Haddad comentou o esquema fraudulento que desviou bilhões de reais de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024.
“É um escândalo mesmo. O que tem de mais sagrado é a pessoa trabalhar a vida inteira e depois conseguir a sua aposentadoria, a sua pensão dignamente. Uma pessoa focar nesse público para levar vantagem? A partir de um crime? É uma coisa indigna num grau, realmente acho que enojou o país inteiro”, declarou Haddad.

Haddad pede prisão e punição dos envolvidos no esquema do INSS
O ministro da Fazenda reforçou a necessidade de punição exemplar para os responsáveis pelas fraudes.
“Eu desejo e acredito que isso vá acontecer, que essas pessoas vão ser presas e vão cumprir uma pena que, a meu ver, deve ser exemplar”, destacou.
Haddad também afirmou que a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o caso é muito clara: punição rigorosa e ressarcimento dos prejuízos aos lesados. Segundo ele, a determinação do governo federal é de não poupar esforços para responsabilizar criminalmente os envolvidos.

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Esquema desviou mais de R$ 6,3 bilhões de aposentados
As investigações apontam que sindicatos e entidades associativas teriam cobrado indevidamente cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. A fraude foi revelada por uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), realizada no dia 23 de abril deste ano.
A gravidade do escândalo resultou em mudanças importantes no comando da Previdência Social. O então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e o então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, foram afastados de seus cargos após a divulgação do esquema.

Governo ingressa com ação judicial contra entidades envolvidas nas fraudes
Em coletiva de imprensa realizada na semana passada, autoridades do governo anunciaram medidas jurídicas contra os envolvidos no escândalo. Estiveram presentes na coletiva o ministro da CGU, Vinicius de Carvalho, o novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, o novo presidente do INSS, Gilberto Waller, e o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.
Durante o evento, foi anunciada uma ação judicial contra 12 entidades apontadas como participantes diretas das fraudes. De acordo com os cálculos apresentados pela Dataprev, o dano patrimonial sofrido pelo INSS devido aos descontos irregulares feitos pelas entidades atinge o montante de R$ 2.567.083.470,44.