Após ser criticado por reclamar do volume de doações ao Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB) pediu desculpas na quarta-feira (15/05). No dia anterior, ele relacionou as doações ao estado gaúcho com o impacto no comércio local.
“O reerguimento desse comércio fica dificultado na medida em que você tem uma série de itens que estão vindo de outros lugares também do país”, afirmou Leite, na terça-feira (14).
Na quarta, o governador do Rio Grande do Sul publicou um vídeo nas redes sociais para se desculpar e dizer que “ninguém está livre de errar”.
“Em nenhum momento eu tive a menor intenção de inibir ou desprezar as inúmeras doações que o Brasil e o mundo estão fazendo para ajudar o nosso Rio Grande nessa reconstrução. São todas as doações muito importantes e bem-vindas”, afirmou Eduardo Leite.
Já em evento ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o tucano pediu ao governo federal um programa emergencial para a manutenção dos empregos no Estado. “As empresas vão levar tempo para voltar a operar e se restabelecer. Isso coloca em risco os empregos”.
Leite acrescentou que a suspensão do pagamento da dívida com a União por 36 meses vai ajudar o estado a investir na reconstrução do Rio Grande do Sul, mas ponderou que haverá outro problema a ser enfrentado: a perda de arrecadação.
“Possivelmente precisaremos de recursos que ajudem a compensar a perda arrecadatória”, defendeu o governador.
Ele afirmou que o desejo do estado é colocar “toda a malha aérea para outros aeroportos, de forma que a serra gaúcha não perca atividade turística”.
Em relação o Auxílio Reconstrução de R$ 5,1 mil para as famílias gaúchas afetadas pelas enchentes, anunciado nesta quarta-feira (15/05) por Lula e comitiva de ministros em São Leopoldo (RS), Leite disse que o valor não vai resolver todos os problemas, mas é “um importante sinal [do governo federal] para demonstrar que as famílias não estão sozinhas”.
No início do seu discurso, Leite frisou que não pode haver neste momento diferenças políticas e ideológicas.
“Nós vamos estar junto em favor das pessoas que precisam de casas, de união. Temos uma crise gigantesca para administrar. Aqui está a oportunidade para termos a força que o povo gaúcho tem”, comentou.
O Rio Grande do Sul contabiliza até o momento 149 mortes e 108 pessoas desaparecidas desde o início da enchente, no fim de abril.
Confira o pedido de desculpas de Eduardo Leite:
*Com informações do Valor Econômico