O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), declarou que a estratégia da direita para as eleições de 2026 é lançar seu pai como candidato, apesar da atual inelegibilidade.
“Nosso plano A é Jair Bolsonaro e o nosso plano B é seguir o plano A. Espero sinceramente que em algum momento o STF volte a cumprir a Constituição”, afirmou em entrevista ao Poder360.
Flávio Bolsonaro argumenta que a condenação de seu pai foi um “julgamento político” e que a estratégia do grupo é demonstrar à população os motivos de sua inelegibilidade.
“É um julgamento político. Ele está sendo perseguido e condenado por questões pessoais. Nossa estratégia é mostrar à população o porquê que ele está inelegível. Basicamente porque fez uma reunião com embaixadores. Enquanto presidente, ele fez excesso de democracia, juntou milhões de pessoas na Esplanada dos Ministérios”, continuou ele.
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O senador acusa setores do Judiciário de perseguirem não apenas Bolsonaro, mas também diversos aliados. Ele alerta que, sem Bolsonaro nas urnas, “não seremos uma democracia” e compara o Brasil a outros países sul-americanos onde opositores são tornados inelegíveis ou presos.
“Não seremos uma democracia. Seremos como outros na América do Sul que tentam aniquilar a oposição, deixá-los inelegíveis ou prendê-los. O Brasil está caminhando nessa linha. Buscamos a pacificação, o que não acontece por parte daqueles que têm a caneta e estão usando o aparelho público para perseguir os opositores de Lula”, disse.
Flavio Bolsonaro acredita na reversão da inelegibilidade
Questionado sobre a viabilidade da candidatura de Bolsonaro, Flávio disse acreditar que a situação pode ser revertida por meio do Congresso ou de mudanças no cenário político. Ele também sugere que a influência de Donald Trump nos Estados Unidos poderia contribuir para uma possível reabilitação do ex-presidente brasileiro.
“Acredito que o cenário político mude e o Congresso garanta que o presidente Bolsonaro esteja em condições de ser candidato em 2026. Eu não tenho dúvida de que, se isso acontecer, ele será eleito”, afirmou.
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Julgamento de Oswaldo Eustáquio
O senador também comentou sobre o caso do jornalista Oswaldo Eustáquio, que enfrenta julgamento na Espanha e pode ser extraditado para o Brasil. Segundo Flávio, Eustáquio é um “perseguido político” e defendeu a manifestação de deputados de direita contrários à sua extradição.
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Ele criticou a atuação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, afirmando que a ação contra Eustáquio é “uma distorção do Estado Democrático de Direito”.
“Pelo pouco que eu sei da situação, ele é um refugiado político reconhecido na Espanha. E o Alexandre de Moraes insiste em extraditá-lo, pedindo a prisão preventiva por suas posições políticas, por fazer um trabalho de jornalista. Uma parte da imprensa não enxerga ele como jornalista, mas é um bom jornalista investigativo. É uma distorção do Estado Democrático de Direito.”
No Brasil, ele não foi denunciado pelo Ministério Público, é mais um alvo pré-determinado do ministro Alexandre de Moraes, já com a pena pré-estabelecida e com as provas que ele quiser produzir para condenar do jeito que ele quiser no tempo que ele quiser. Só vemos isso em ditaduras”, completou Flávio Bolsonaro.
Acordos no Senado e alianças políticas
Flávio Bolsonaro também abordou a disputa pelo comando do Senado, destacando o apoio do PL a Davi Alcolumbre. Ele ressaltou que alianças políticas são essenciais para garantir espaço na mesa diretora e comissões estratégicas.
“O relator do orçamento do ano que vem será do PL, o que é uma ferramenta importante na disputa por espaço em Brasília”, pontuou.
Segundo Flávio, o partido buscará influência em comissões importantes para garantir avanços legislativos e fortalecer a oposição ao governo Lula.
“Se continuar nessa toada, essa vai ser a pauta da eleição de 2026”, concluiu o senador.