Os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestaram contra a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa o ex-mandatário de cinco crimes relacionados a uma suposta trama golpista. O procurador-geral Paulo Gonet ofereceu denúncia contra 34 pessoas, com base no inquérito da Polícia Federal (PF).
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, classificou a acusação como “denúncia vazia”, afirmando que “nenhuma prova contra Bolsonaro” foi apresentada no documento elaborado pela PGR.
“A tentativa de golpe nos prédios públicos vazios virou uma denúncia vazia, que não tem absolutamente NENHUMA PROVA contra Bolsonaro”, afirmou o senador em nota divulgada nas redes sociais.
Flávio também atacou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e acusou o procurador-geral da República de agir por interesses políticos.
“Mesmo depois de Alexandre de Moraes ter esculachado o Ministério Público Federal na fabricação dos inquéritos e torturado Mauro Cid para ‘delatar’ o que não existiu, o PGR se rebaixa. Cumpre sua missão inconstitucional e imoral de atender ao fígado de Alexandre de Moraes e ao interesse nefasto de Lula, que está nos seus últimos meses de presidência”, declarou.
O senador concluiu sua declaração sugerindo que o governo atual comemora a denúncia contra Bolsonaro.
“Hoje tem comemoração dos destruidores da democracia em Brasília. Não vamos desistir do Brasil”, escreveu.
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Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) participou de uma transmissão ao vivo ao lado do economista Paulo Figueiredo, um dos denunciados pela PGR, e ironizou as acusações contra seu pai.
Eduardo utilizou o termo “Disneyland coup d’état” (golpe de Estado da Disneylândia) para descredibilizar a denúncia. Ele sugeriu que as alegações contra Bolsonaro são ilógicas.
“É aquela história, né: o cara ia fazer um golpe. Ele falou: ‘Vou fazer um golpe. Vamos fazer o seguinte: eu vou deixar de ser presidente, aí quando eu deixar de ser presidente, não vou comandar mais as Forças Armadas, não ter acesso à polícia, nem nada, aí a gente vai lá para fazer um golpe’”, ironizou o deputado.
Ele também destacou a viagem de Bolsonaro para os Estados Unidos no fim de dezembro de 2022, sugerindo que não faz sentido um suposto plano golpista enquanto o ex-presidente estava fora do país.
“Antes de a gente dar um golpe, vou antecipadamente nomear os comandantes de Força que o cara que vai sofrer o golpe, o Lula, vai decidir. […] Aí quando o golpe tiver em execução, vou tuítar lá da Disneylândia, falando assim: voltem para as suas casas, não façam isso, tal, tal, tal, sou contra’”, disse Eduardo.
Veja o vídeo:
👀Disneyland coup d’état": Eduardo Bolsonaro ironiza denuncia da PGR pic.twitter.com/VyHYqgyp7W
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) February 19, 2025
Acusações contra Bolsonaro
A PGR acusa Jair Bolsonaro dos seguintes crimes:
- Organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo;
- Deterioração de patrimônio tombado.
A defesa do ex-presidente classificou a denúncia como “inepta e baseada em uma única delação”, referindo-se ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Segundo os advogados, a acusação não se sustenta e se baseia em contradições.
“A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade”, disse a defesa em nota.
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