A Venezuela está promovendo, há alguns dias, uma série de exercícios militares na fronteira com o Brasil: por causa da movimentação de armamento, a fronteira chegou a ser fechada pelo regime de Nicolás Maduro.
É a segunda vez que o fluxo entre os países é interrompido, afetando especialmente a região de Pacaraima, em Roraima.
Circula nas redes sociais vídeo do exercício, que teria sido gravado na fronteira:
Uai gente.. virou a casa da mãe Joana?
Forças Especiais da Venezuela tal se posicionaram na fronteira com o Brasil tel, acompanhadas de cerca de 7 blindados russos e BTR-80. As forças de Maduro BLOQUEARAM a fronteira para realizar “exercícios militares” e deslocaram veículos… pic.twitter.com/aWJxXNntfT
— Desiree Rugani (@desireerugani) January 22, 2025
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Segundo o Itamaraty, o governo venezuelano disse que a restrição da circulação entre os países foi feita por “medida de segurança” e seguirá até esta quinta-feira.
Trata-se do primeiro exercício do ano do chamado “Escudo Bolivariano”, como é chamada a operação que, de acordo com Maduro, busca “garantir a paz, a soberania, a liberdade e a verdadeira democracia” na Venezuela.
O Planalto pediu mais informações sobre o que acontece em Pacaraima após informações circularem nas redes sociais de que forças venezuelanas haviam entrado em território brasilleiro, o que foi negado por integrantes do Itamaraty e da Defesa.
A preocupação também tem motivação econômica, pois o fechamento da fronteira atrapalha o comércio em Pacaraima.
Resposta das Forças Armadas
Em resposta aos exercícios do regime de Maduro, as Forças Armadas brasileiras escolheram a fronteira com a Venezuela para o maior exercício do ano. A principal finalidade do exercício é avaliar um gargalo descoberto em 2023. Em dezembro daquele ano, o Exército Brasileiro enfrentou dificuldades no envio de 28 blindados para a fronteira com a Venezuela, quando havia risco de tropas venezuelanas invadirem o Brasil no caminho para dominar a Guiana.
Agora, as Forças Armadas querem testar os ajustes feitos. O exercício vai avaliar a logística brasileira e as capacidades dos blindados. Serão observadas quais estradas em direção a Roraima estão em melhores condições, a velocidade de deslocamento de carros de combate e a partir de quais cidades as tropas devem sair.
Houve um incremento de 10% no efetivo das tropas na região. O reforço foi dividido entre o Comando Militar do Norte e do Comando Militar da Amazônia. O posto de fronteira de Pacaraima (RR) também foi reforçado: o efetivo passou de 70 para 130 militares.
Com informações de O Globo e UOL.