A operação de “limpeza” promovida pelo novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, ganhou mais um capítulo nesta quinta-feira (8/5) com a exoneração de Guilherme Serrano, ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Serrano ocupava o cargo de Coordenador-Geral de Estudos Estatísticos, Atendimento e Relacionamento Institucional e estava vinculado à Secretaria de Regime Próprio e Complementar do ministério. A dispensa foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) e assinada por Louise Caroline Santos de Lima e Silva, chefe de gabinete do novo ministro.
A demissão de Serrano ocorre em meio às investigações da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no último dia 23 de abril. O inquérito apura um esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões, que teria movimentado até R$ 2 bilhões em um único ano.
Guilherme Serrano é citado nas investigações como o responsável por assinar o Acordo de Cooperação Técnica entre o INSS e a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), que autorizava os controversos descontos associativos diretamente na folha de pagamento dos segurados.
A atuação de Serrano no INSS teve início em 2020, durante o governo Bolsonaro, como coordenador-geral na então Diretoria de Atendimento. Em dezembro de 2021, foi nomeado Diretor de Tecnologia e Inovação, acumulando a presidência substituta do instituto. Em abril de 2022, assumiu oficialmente a Presidência do órgão.
Sua exoneração não é um caso isolado. Desde a chegada de Wolney Queiroz ao comando do Ministério da Previdência, diversos auxiliares do ex-ministro Carlos Lupi (PDT) têm sido afastados.

Na quarta-feira (7/5), foram publicadas as exonerações de Marcelo de Oliveira Panella, ex-chefe de gabinete do ministro, e de Renata Magioli Santos, que ocupava o cargo de assessora especial. A jornalista Martha Imenes, então chefe da comunicação da pasta, também deixou o posto.
O escândalo do INSS
Dados levantados pela Polícia Federal apontam que, pelo menos 11 sindicatos estariam envolvidos na fraude, movimentando ilegalmente os recursos de aposentados em todo o país. As entidades teriam, com o auxílio de servidores públicos e sistemas do próprio INSS, realizado descontos não autorizados diretamente nas folhas de pagamento dos beneficiários.
A Operação Sem Desconto já resultou na queda de figuras-chave do alto escalão do INSS, como Alessandro Stefanutto, então presidente do instituto, e o próprio Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência.
