Em cerimônia realizada na Câmara Municipal de Borba (a 321 quilômetros de Manaus) na sexta, 8, Simão Peixoto foi reconduzido ao cargo de prefeito da cidade. Usando tornozeleira eletrônica, ele discursou em um palco no Centro de Eventos Braulio Motta e não poupou o seu vice, Zé Pedro, que estava na plateia e governou o município de modo interino enquanto Peixoto esteve preso.
Ele declarou:
“Eu votava no Zé Pedro [nas eleições de 2024], mas eu não voto mais não. Ele perdeu meu voto, eu votava em ti, Zé Pedro, mas tu foi o cara mais burro que eu já vi na história na política. Perseguindo aqueles que votaram em mim. Vocês não votaram nele, votaram em mim. Nunca mais esse prefeito interino vai ser prefeito desse município, porque vocês já sabem quem ele é”.
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Peixoto também afirmou que será feita uma auditoria nas contas do município:
“Quero deixar registrado em ata que vou fazer uma auditoria nas contas da Prefeitura para descobrir onde está o dinheiro que eu deixei. Quero saber por que o dinheiro não está circulando no município. Muitos comerciantes estão reclamando. Assim que terminar essa auditoria, nós vamos publicar nos jornais e também encaminhar para essa Augusta Casa para que os senhores possam ter conhecimento e nós tomarmos as medidas cabíveis”.
Ele ainda pediu desculpas por erros passados:
“Peço perdão daqueles que porventura eu possa ter magoado. Sou muito humilde e uma pessoa renovada. Muitas vezes, a gente comete erros sem pensar. Mas é importante que você não permaneça nos erros. Quero dizer a todos, que, hoje, com certeza, sou uma pessoa melhor do que eu era antes; uma pessoa renovada, uma pessoa mais madura, tranquila, equilibrada. Capaz de gerir Borba com mais transparência”.
Simão Peixoto foi alvo da Operação Garrote, do Ministério Público do Amazonas (MPAM), que investiga um desvio de quase R$ 30 milhões em licitações no município. Ele foi preso no final de maio. Ele também foi processado e julgado por quebra de decoro e, em 16 de agosto de 2023, a Câmara Municipal de Borba rejeitou o pedido de cassação do político como prefeito da cidade, que já estava apenas afastado. Com a decisão dos vereadores, o processo foi declarado arquivado. E no último dia 6, os juízes do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, determinaram por 4 votos a 3 que Peixoto fosse reconduzido à sua função de prefeito da cidade.