O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, defendeu que o Brasil possa ser um fornecedor de vacinas contra a dengue e destacou que o surto atual no país está inserido em um aumento de registros da doença em todo mundo. Ele quer que o Brasil se torne um fornecedor global dessas vacinas, usando o Instituto Butantan e a Fiocruz.
A vacina contra a dengue do Butantan está na última fase de testes e deve ser autorizada pela Anvisa no início de 2025. Ela é de dose única e tem eficácia de 79,6%, similar à vacina Qdenga (80,2%) que estará disponível no SUS a partir de fevereiro.
As declarações foram feitas durante o evento de lançamento do Programa Brasil Saudável, nesta quarta-feira (07/02).
“A OMS também está colaborando com o Instituto Butantan para explorar novas oportunidades de acelerar a produção local de novas vacinas avançadas aqui no Brasil. O bom é que nós temos a vacina e ela pode ser usada como ferramenta. Mas o Brasil tem muita capacidade de produzir vacinas, não só a da dengue”, afirmou Adhanom.
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Em 2023, o Brasil registrou um aumento de 15,8% nos casos de dengue. Porém, Adhanom reforçou que os números são altos no mundo todo — com exceção da Europa — e que isso é uma “emergência global”.
“Este surto de dengue atual faz parte de um grande aumento — em escala global — da dengue, com mais de 500 milhões de casos e mais de 5 mil óbitos relatados ano passado em 80 países de todas as regiões do mundo. Com a exceção da região da Europa, todas as regiões são afetadas pelo surto da dengue neste momento. Então, é uma emergência global”, disse o diretor da OMS.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade também comentou sobre a campanha de vacinação contra dengue, prevista para começar na sexta-feira (09/02) no Distrito Federal. Ela destacou a importância das ações preventivas.
“Agora temos que olhar essa vacina de forma diferente de outras vacinas. A mensagem agora é de controle dos vetores e focos”, disse.
Nísia afirmou que o governo ainda aguarda a chegada de novas doses da vacina da dengue para iniciar a vacinação em outras unidades da federação. Mais 568 mil doses estão previstas para chegar ao Brasil ainda este mês.
“Em relação à vacina, estaremos divulgando um calendário em breve porque ainda não recebemos todas as doses”, disse a ministra. “Certamente é para começar logo, mas sempre com aquele lembrete: estamos muito conscientes da importância que o Brasil tem tido com a produção da vacina da dengue e estamos voltados para ampliar a oferta da vacina da Takeda”.