Na retomada dos trabalhados da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) após o feriado prolongado, parlamentares alertaram sobre a crescente violência que dominou o debate político durante a campanha eleitoral.
Em discurso na abertura da sessão desta segunda-feira (12), o deputado Serafim Corrêa (PSB) repudiou a agressão cometida pelo prefeito de Borba (a 150 quilômetros de Manaus), Simão Peixoto (PP), contra o presidente da Aleam, Roberto Cidade (PL). No dia 2 de setembro, Peixoto desferiu um soco contra o deputado, que participava de atividade de campanha no município. O governador do Amazonas, Wilson Lima (União), também estava presente na comitiva.
Após o ataque, o prefeito disse que perguntou por que Cidade retirou apoio à sua candidatura a deputado estadual em 2018, e teria ficado irritado pela recusa do presidente da Aleam em responder ao questionamento. Peixoto ressaltou que enfrentava um período difícil devido ao falecimento da mãe em decorrência de um câncer.
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Os deputados Sinésio Campos (PT), Dr. Gomes (PSC), Carlinhos Bessa (PV) e Alessandra Campêlo (PSC) também reprovaram a conduta do prefeito. “Ele demonstrou despreparo para conviver em sociedade. Todos devem respeitar quem entra na cidade, seja oposição ou situação”, afirmou Dr. Gomes. “A agressão sofrida pelo presidente é extensiva a todos membros da Casa. Precisamos extirpar os valentões”.
Campêlo relatou já ter sido alvo de ataques durante a campanha eleitoral de 2018 no município. Na ocasião, ela viajava com o hoje deputado federal Marcelo Ramos (PSD) e o deputado Cabo Maciel (PL), que buscam a reeleição, quando opositores começaram a lançar pedras e ovos contra a aeronave.
“Não é a primeira vez que o prefeito age com violência. Se ele não concorda com as críticas, mostre com o seu trabalho”, ponderou a deputada. “Um vídeo que circula na internet comprova que o presidente da Aleam foi surpreendido. O prefeito estava infiltrado na multidão. Foi uma violência covarde”.
A parlamentar aproveitou o debate para anunciar que vai apresentar, no Ministério Público do Amazonas (MP-AM), ação civil pública indenizatória contra a prefeitura de Borba. Campêlo alegou que os professores da rede municipal recebem salários abaixo do piso estabelecido em lei federal.