O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), cancelou todas as reuniões de comissões e sessões solenes para focar a casa na pauta econômica para esta semana. Com isso, o depoimento do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, à CPI dos Atos Golpistas de 08/01, que deveria acontecer amanhã, 4, foi adiado para a próxima terça, 11.
Cid seria ouvido amanhã em condição de testemunha, ou seja, poderia se recusar a responder qualquer pergunta que pudesse incriminá-lo.
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A CPI deseja interrogar o ex-auxiliar do ex-presidente Jair Bolsonaro a respeito do conteúdo das mensagens encontradas no celular dele. A Polícia Federal encontrou no celular mensagens dele trocadas com o tenente Jean Lawand Júnior na qual este queria que Cid pressionasse Bolsonaro a adotar medida golpista contra o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Lawand depôs à CPI na semana passada e tentou argumentar que suas mensagens não tinham intenção de provocar golpe.
Também foi encontrado no celular dele um roteiro passado para Cid, intitulado “Forças Armadas como poder moderador”, com três páginas, onde se descrevia um plano para pôr em ação um golpe. Ele teria como base uma tese de que, quando há conflito entre os Poderes, as Forças Armadas poderiam ser chamadas para intervir.
Em depoimento à PF, Cid se recusou a falar.
Cid está preso desde o mês passado, em relação com investigação da PF sobre adulteração de dados de vacinação de Bolsonaro, familiares e membros do seu entorno.