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Carlos Bolsonaro desabafa sobre prisão domiciliar do pai: “São quase 100 dias de angústia”

Parlamentar ainda pediu orações aos seguidores, afirmando que a fé tem sido fundamental para a família se manter firme
27/10/25 às 08:18h
Carlos Bolsonaro desabafa sobre prisão domiciliar do pai: “São quase 100 dias de angústia”

(Foto: Reprodução)

Nesta segunda-feira (27/10), o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), fez um desabafo nas redes sociais relatando o “momento difícil” que sua família enfrenta desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) colocou o ex-chefe do Executivo em prisão domiciliar.

No desabafo publicado em sua conta no X (antigo Twitter), Carlos Bolsonaro afirmou que a família vive dias de angústia e sofrimento desde a prisão do pai.

“Desde que meu pai foi preso ilegalmente pela organização que colocou Lula no poder, nossas vidas viraram completamente de cabeça para baixo. São quase 100 dias de angústia, doação e dor — dias em que todos nós tentamos, de alguma forma, diminuir o sofrimento e manter viva a vida de meu pai em meio a tudo o que estamos passando. Nada tem sido fácil. Cada dia é uma batalha, e ver tudo o que ele tem enfrentado é dilacerante”, escreveu o vereador.

O parlamentar pediu ainda orações aos seguidores, afirmando que a fé tem sido fundamental para que a família se mantenha firme.

“Se para nós já é tão difícil, imagine para ele, isolado, sendo alvo de uma perseguição que não tem fim. Por isso, pedimos de coração, que continuem orando por ele. As orações e o carinho de cada um têm sido essenciais para que ele siga firme, e para que nós, ao seu lado, também encontremos força e fé para não desistir”, completou Carlos.

“A cada dia que passa, acreditamos que Deus está ouvindo e que, no tempo certo, a justiça virá. Um forte abraço, com gratidão e esperança, da nossa família.”

Jair Bolsonaro cumpre a medida desde 4 de agosto deste ano, após decisão do STF que entendeu que ele descumpriu medidas cautelares já fixadas anteriormente. O ex-presidente está proibido de utilizar redes sociais, de manter contato com embaixadores e autoridades estrangeiras, além de estar impedido de acessar embaixadas e consulados. Ele também utiliza tornozeleira eletrônica.


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STF condena Bolsonaro a 27 anos de prisão

O desabafo do vereador ocorre poucos dias após o Supremo Tribunal Federal publicar o acórdão da decisão que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de golpe de Estado, atentado contra o Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada.

O documento foi publicado na quarta-feira (22/10), e com ele começou a contagem do prazo para que as defesas apresentem os últimos recursos. Desde quinta-feira (23/10), as partes têm cinco dias para protocolar suas manifestações — prazo que se encerra nesta segunda-feira (27/10).

Bolsonaro foi condenado por 4 votos a 1 pela Primeira Turma do STF, no julgamento realizado em 11 de setembro. A Corte também incluiu outros sete aliados do ex-presidente, apontados como integrantes do chamado “Núcleo 1 do plano de golpe de Estado”, ou “núcleo crucial”.

Além dos crimes contra a democracia, Bolsonaro e outros réus foram considerados culpados por dano qualificado e deterioração do patrimônio público tombado, em razão dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando extremistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Recursos e próximos passos

Nenhum dos réus começou a cumprir pena, já que ainda há recursos pendentes. O regimento interno do STF permite que as defesas apresentem embargos de declaração, questionando possíveis omissões ou contradições na decisão, e embargos infringentes, que buscam reverter o resultado com base em votos divergentes.

No julgamento, os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin votaram pela condenação. Apenas Luiz Fux divergiu, defendendo a anulação da ação penal e a absolvição dos acusados.

Os advogados dos réus podem solicitar ao relator Alexandre de Moraes que aceite os embargos infringentes mesmo com apenas um voto divergente — no caso, o de Fux. Em alguns precedentes, o STF já admitiu esse tipo de recurso.

Somente após o julgamento de todos os recursos — com o chamado trânsito em julgado — o Supremo definirá o local e o regime inicial do cumprimento de pena. Pela legislação brasileira, penas elevadas devem começar em regime fechado, embora existam exceções, especialmente por questões humanitárias quando o condenado apresentar problemas de saúde.