A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) declarou nesta sexta-feira (6/)6 que pretende se apresentar voluntariamente às autoridades italianas e solicitar refúgio político no país europeu. A parlamentar estar na Itália “de boa-fé” e alegou ser vítima de perseguição política no Brasil. A informação é da CNN Brasil.
“Fui condenada sem provas. Quero provar isso aqui [na Itália]”, disse Zambelli. “Na outra condenação, de cinco anos, foi ridícula, porque eu tinha porte legal de arma. Me condenaram por porte ilegal. Quero demonstrar boa-fé para com a Justiça e o governo italiano”, completou.
Zambelli também criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando não reconhecer a legitimidade das decisões do magistrado. Apesar disso, declarou respeitar a Justiça italiana, embora admita temer uma possível extradição. “Mas creio em Deus que não deixará isso acontecer”, afirmou.
A expectativa é que, na segunda-feira (10/6), Moraes expedirá o mandado de prisão definitiva da deputada, abrindo caminho para o cumprimento da pena de 10 anos de prisão.
Na última quarta-feira (4/6), o ministro já havia determinado a prisão preventiva de Zambelli, após a parlamentar declarar que havia viajado aos Estados Unidos e que pretendia seguir para a Itália. O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou risco de fuga.
A decisão mais recente do STF confirmou, por unanimidade, a condenação da deputada por invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao lado do hacker Walter Delgatti, que também foi condenado a oito anos de prisão. Ambos deverão pagar, solidariamente, uma indenização de R$ 2 milhões.
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Além da pena, Zambelli terá o mandato cassado, com a medida sendo formalizada após o trânsito em julgado da ação — quando não houver mais possibilidade de recurso.
A deputada já havia se tornado alvo do STF por outro caso. Em 2022, na véspera do segundo turno das eleições, foi flagrada perseguindo um homem com uma arma de fogo nas ruas do bairro Jardins, em São Paulo. Na ocasião, uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibia o porte de armas por caçadores, atiradores e colecionadores. Em entrevista, Zambelli admitiu que descumpriu conscientemente a norma.
Pelo episódio, a Corte formou maioria para condená-la por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso de arma, mas o julgamento foi interrompido por um pedido de vista do ministro Nunes Marques.
O caso foi encaminhado ao STF, que formou maioria para condenar a parlamentar por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso de arma. No entanto, o julgamento foi suspenso após pedido de vista do ministro Nunes Marques.