O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, em coletiva no Senado Federal nesta terça (18/3), que o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, deve abraçar o filho dele, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vai se licenciar do mandato parlamentar para permanecer nos EUA. A fala foi feita durante a abertura de uma exposição sobre o Holocausto, em Brasília.
“Tenho profundo respeito e gratidão por Donald Trump. Sei que no momento, ele continuará abraçando o meu filho”, disse Bolsonaro.
Na entrevista, Bolsonaro relembrou a fala de Trump no Conservative Political Action Conference (CPAC), um fórum conservador mundial, realizado no fim de fevereiro nos Estados Unidos, evento em que Eduardo esteve.
“Numa multidão de milhares de pessoas falou seu nome [Eduardo Bolsonaro] e falou ao nosso respeito. Coisa rara no Brasil”, declarou o ex-presidente.
Veja a fala de Bolsonaro entrevista à CNN:
Bolsonaro afirma “sacrifício” feito por Eduardo
Ainda na coletiva, Bolsonaro descreveu a decisão do filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), de se licenciar do mandato parlamentar para permanecer nos Estados Unidos, como um sacrifício.
“Mais um filho que se afasta mais do que por um momento de patriotismo. Se afasta para combater algo parecido com o nazifascismo que cada vez mais avança no nosso país”, declarou ele.
“Todo sacrifício é válido quando se quer um país forte e independente”, continuou, com lágrima nos olhos.
Eduardo Bolsonaro anuncia licença do mandato e diz que vai morar nos EUA
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (18/03) que vai se licenciar temporariamente do mandato parlamentar. Em postagem nas redes sociais, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que pretende morar nos Estados Unidos para evitar o que chamou de “perseguição”. O parlamentar também declarou que seu foco será buscar punições contra o ministro do STF Alexandre de Moraes e a Polícia Federal.
Eduardo Bolsonaro afirmou que teme ser preso por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), mas não especificou por quanto tempo permanecerá fora do país.
“Não irei me acovardar, não irei me submeter ao regime de exceção e aos seus truques sujos. Da mesma forma que assumi o mandato parlamentar para representar minha nação, eu abdico temporariamente dele para seguir representando esses irmãos de pátria que me incumbiram dessa nobre missão. Irei me licenciar, sem remuneração, para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, escreveu o parlamentar.

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A declaração ocorre uma semana antes do julgamento da Primeira Turma do STF que pode tornar Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado.
Eduardo vinha sendo cotado para presidir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, mas, com a licença, a função deverá ficar com o deputado Zucco (PL-RS), líder da oposição na Casa.
“No meu lugar, será nomeado o deputado federal gaúcho Zucco para a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Ele irá me ajudar institucionalmente a manter essa ponte com o governo Trump e o bom relacionamento com países democráticos e desenvolvidos”, afirmou Eduardo.
Veja o vídeo completo:
PL se manifesta sobre saída de Eduardo
Em publicação no X, o Partido Liberal (PL), sigla de Eduardo, disse ter recebido com “tristeza” a informação do afastamento do deputado.
“Eduardo tem o nosso respeito!”, escreveu a sigla.
