O presidente Jair Bolsonaro (PL) mudou sua agenda na noite de ontem e convocou uma reunião com ministros e comandantes das Forças Armadas no Palácio da Alvorada, após ouvir sobre a decisão do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Alexandre de Moraes de negar o pedido de investigação da campanha do presidente sobre supostas irregularidades em inserções de propaganda eleitoral nas rádios.
Em pronunciamento após a reunião, Bolsonaro prometeu que vai recorrer “até as últimas consequências” e disse que seu partido vai contratar uma nova empresa de consultoria para analisar os dados a respeito de inserções.
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A campanha de Bolsonaro afirma que inserções de rádio da propaganda eleitoral dele não foram veiculadas em “milhares” de emissoras pelo país. Uma empresa realizou auditoria a respeito dos números, que já começaram a ser questionados pelas emissoras. Uma rádio chegou a afirmar que o PL não enviou as inserções, por isso elas não foram veiculadas. Alexandre de Moraes afirmou em seu despacho que as informações apresentadas na auditoria são inconsistentes, e, portanto, não comprovam as queixas apresentadas pelo ministro das comunicações, Fábio Farias, na última segunda-feira.
Na mesma decisão, Moraes aciona o procurador-geral eleitoral, Augusto Aras, para apurar “possível cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito” por parte da campanha de Bolsonaro, e determinou envio do caso para o Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito que apura a atuação de uma milícia digital que atenta contra a democracia.
Na noite de ontem, Bolsonaro também se reuniu com o chefe da missão de observação da OEA (Organização dos Estados Americanos), que também se reunirá com Lula. Por sua vez, em entrevista à Rádio Clube Rede FM esta manhã, Lula afirmou que o presidente está “desesperado” com a “possibilidade de perder a eleição”.