O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou na última sexta, 25, uma queixa-crime contra o hacker Walter Delgatti no 3º Juizado Especial Criminal de Brasília, por calúnia.
Os advogados de Bolsonaro pedem que o hacker seja ouvido sob acusação de calúnia. O motivo foi a declaração de Delgatti, à CPI do 8 de janeiro, de que Bolsonaro teria lhe pedido que assumisse a autoria de um grampo sobre o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Na CPI, Delgatti disse:
“O presidente [Bolsonaro] entrou em contato comigo. Nesse contato, segundo ele, teria um grampo do ministro Moraes. Segundo ele [Bolsonaro], teria conversas comprometedoras do ministro e eles precisavam que eu assumisse a autoria desse grampo”.
Leia mais:
CPI do 8/1 quebra sigilos de Carla Zambelli e do hacker Walter Delgatti
Vaza Jato: Walter Delgatti é condenado a 20 anos
O hacker também declarou que Bolsonaro lhe prometeu um perdão presidencial caso Delgatti fosse preso pelo grampo:
“Ele [Bolsonaro] disse que esse grampo teria sido realizado por agentes de outro país. Não sei se é verdade, porque não tive acesso, mas em troca me foi prometido indulto e ainda disse que se eu fosse preso, [Querelante] prenderia o juiz. Usou essa frase. ‘Fique tranquilo, se algum juiz te prender, eu prendo o juiz’, e deu risada. Eu concordei porque era uma proposta do presidente da República”.
O advogado de Bolsonaro, Paulo Amador da Cunha Bueno, afirmou em sua queixa-crime:
“A defesa do presidente Bolsonaro se mostra indignada com as declarações mentirosas, irresponsáveis e evidentemente dirigidas do senhor Delgatti, razão porque houve por bem promover a queixa por crime de calúnia”.
A petição afirma que o hacker disseminou fatos “manifestamente mentirosos” e lesionou a honra de Bolsonaro diante de inúmeras pessoas.
A ação será analisada pelo 3º Juizado Especial Criminal de Brasília.