O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com aliados na quarta-feira (19/2), e reafirmou sua inocência e negou qualquer intenção de deixar o Brasil antes do julgamento no Supremo Tribunal Federal. Apesar de mencionar que, se culpado, já teria buscado asilo em Argentina ou EUA, garantiu que permanecerá no país para se defender.
Segundo o jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, participantes do encontro afirmaram que Bolsonaro falou pouco. Em sua rápida manifestação, o ex-presidente disse que continuará defendendo sua inocência no STF, ciente de que sempre “jogou dentro das quatro linhas”, apesar de isso ter “desagradado” a alguns aliados.
Bolsonaro foi denunciado junto com outras 33 pessoas na última terça-feira (18/02), apontado como líder de uma trama golpista, que incluía o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Aliados consideram que o julgamento na Primeira Turma do STF já está decidido e veem a denúncia como um “jogo de cartas marcadas”. Bolsonaro aproveitou a oportunidade e pediu que os seus apoiadores se foquem nas manifestações do dia 16 de março, no Rio de Janeiro.
Foco na anistia e sem “Fora Lula”
Na mesma oportunidade, Bolsonaro pediu que o projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro seja o foco, deixando a pauta de “Fora Lula” para outra ocasião. A reunião ocorreu no apartamento do deputado Zucco (PL-RS), um dia após a PGR denunciar Bolsonaro e outros 33 investigados no inquérito do golpe.
Entenda o caso
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, na noite desta terça-feira (18), o ex-presidente e um grupo de aliados sob a acusação de tentativa de golpe de Estado em 2022. De acordo com a denúncia, Bolsonaro teria liderado um grupo que pretendia impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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A investigação aponta que a suposta trama envolvia um decreto de intervenção militar e a tentativa de mobilizar as Forças Armadas. Entre os denunciados estão ex-ministros, ex-comandantes militares e ex-assessores diretos do ex-presidente.
Com a formalização da denúncia, o caso será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá se aceita ou não a acusação. Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro e os demais citados passam a ser réus no processo.
Os advogados do ex-presidente negam qualquer envolvimento em atos golpistas e afirmam que as acusações são politicamente motivadas.