Em entrevista ao programa Dia a Dia na rádio e TV Onda Digital nesta quarta-feira (30), a produtora cultural Michelle Andrews lançou o desafio: diante da política tradicional, pautada pela dependência de grandes recursos financeiros, como atuar em defesa do interesse público sem ter nome de famílias tradicionais, não raro associadas a casos de corrupção?
A Bancada das Manas, formada por Michelle ao lado de quatro mulheres com histórico no ativismo, se apresenta como alternativa ao padrão da política amazonense. O grupo – que conta com a participação da estudante de Direito Alessandrine Silva, da assistente social Marklize Pereira, da líder comunitária Patrícia Andrade e da ativistia Val Fontes – já lançou pré-candidatura para deputado estadual pelo PC do B.
“Nosso material de divulgação dá destaque ao protagonismo das mulheres. Queremos mostrar que estamos fazendo um trabalho coletivo desde o início”, diz Michelle. Em 2020, quando contava com um nome e uma formação diferente da atual, o grupo obteve a quinta colocação entre os candidatos mais votados para vereador, com 7.662 votos.
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O destaque das bancadas coletivas nas eleições majoritárias realizadas dois anos antes foi a inspiração para que o grupo mobilizasse esforços em torno do projeto.
“Começamos a nos reunir e analisar candidaturas que se elegeram junto à nossa realidade”, conta Michelle. “A gente se experimentou na urna. Cada pessoa que deposita seu voto na candidatura entende que são cinco mulheres com cinco pautas diferentes“, acrescenta Alessandrine.
Entre as propostas de governo, a Bancada das Manas tem como meta principal ocupar todas as instâncias de decisão política, incluindo fóruns e conselhos.
“Não é apenas representatividade, temos uma base de luta. A defesa das mulheres está restrita a datas comemorativas”, exemplificou Michelle.
Daniel Amorim, da redação