O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que atuou como diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro, negou nesta sexta-feira (12/07), qualquer “interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro”. Ramagem é pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro e está no centro de uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre a atuação da chamada ‘Abin Paralela’.
Segundo o inquérito da PF, Ramagem teria gravado uma reunião em 2020 com o então presidente Jair Bolsonaro e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, com o objetivo de proteger Flávio Bolsonaro das investigações sobre um esquema de rachadinha. Ainda de acordo com a PF, as ações discutidas nessa reunião foram efetivamente concretizadas, o que levou à anulação da investigação pela Justiça.
Em sua defesa, Ramagem afirmou que a resolução do caso se deu exclusivamente em instância judicial. Em uma publicação no X, ele criticou a investigação, acusando-a de desprezar os fins legítimos de uma investigação para fazer conjecturas infundadas.
“A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial. Após as informações da última operação da PF, fica claro que desprezam os fins de uma investigação, apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas”, declarou Ramagem.
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A ‘Operação Última Linha’, que investiga o uso do software de monitoramento First Mile, teve sua quarta fase deflagrada na quinta-feira, resultando na prisão de quatro suspeitos. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes derrubou o sigilo do inquérito, tornando públicos os detalhes da investigação.
Ramagem defendeu a aquisição do sistema First Mile, afirmando que não há como vincular o uso da ferramenta à direção-geral da Abin sob sua gestão. Ele destacou que a aquisição foi regular e que sua administração tomou medidas de controle, exonerando servidores e encaminhando possíveis desvios de uso para a corregedoria.
“Trazem lista de autoridades judiciais e legislativas para criar alvoroço. Dizem monitoradas, mas na verdade não. Não se encontram em First Mile ou interceptação alguma. Estão em conversas de WhatsApp, informações alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade”, reclamou Ramagem.
Ele também insinuou que a operação tem como objetivo prejudicar sua campanha à Prefeitura do Rio de Janeiro, reforçando seu compromisso com o devido processo legal e a apuração administrativa de qualquer desvio de conduta funcional.
“Há menção de áudio que só reforça defesa do devido processo, apuração administrativa, providência prevista em lei para qualquer caso de desvio de conduta funcional. Houve finalmente indicação de que serei ouvido na PF, a fim de buscar instrução devida e desconstrução de toda e qualquer narrativa. No Brasil, nunca será fácil uma pré-campanha da nossa oposição. Continuamos no objetivo de legitimamente mudar para melhor a cidade do Rio de Janeiro”, concluiu Ramagem.
Após as informações da última operação da PF, fica claro que desprezam os fins de uma investigação, apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas.
O tal do sistema first mile, que outras 30 instituições também adquiriam, parece ter ficado de lado.
A aquisição foi…
— Delegado Ramagem (@delegadoramagem) July 12, 2024