O delegado de polícia Cícero Túlio, titular do 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), foi convidado desta quarta (15/1) do programa Lomittas Tá On, da rede Onda Digital. Ele falou sobre os casos que mais mexeram com a crônica policial manauara nos últimos meses, e sobre a atividades policiais.
Sobre o papel social do trabalho da polícia, ele declarou:
“Às vezes eu saio na rua com a minha família, e alguém chega pra tirar uma foto. Eu sempre alerto, pode ser que alguém veja essa foto e pense que você é informante da polícia. Isso pode te prejudicar mais na frente, cuidado. A gente prende muitas pessoas ligadas a criminosos de grande porte, então a gente tem essa preocupação. Sempre alerto as pessoas, mas recebo com muito carinho esse apoio da população e a gente acredita que tem feito um bom trabalho, não só de tirar de circulação criminosos, como também com um importante papel social”.
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O delegado falou sobre o “modus operandi” do traficante BL, membro do CV preso na terça (14) em Manaus, após voltar do Rio de Janeiro. Ele disse:
“Tínhamos agentes infiltrados em redes do pessoal do narcotráfico e conseguimos imagem dessa pessoa, até então desconhecida. Analisamos as imagens dele ostentando com fuzil no Morro da Penha, no RJ, e ele entrou no nosso radar. Descobrimos que era um gerente do tráfico. Investigamos a rotina dele e determinamos que ontem ele receberia uma entrega e fizemos a prisão em flagrante.
Hoje em dia eles estão mudando de estratégia. Estão galgando posições no tráfico pessoas sem tatuagem, com uma vida tranquila. Em redes de relacionamento do próprio tráfico, conseguimos identificar ele. E quando verificamos as visitas dele ao RJ, percebemos que ele começa a ter um certo status no tráfico. Foi lá fazer um ‘estágio’, por assim dizer, para pegar as diretrizes dos chefões, e ele retorna para Manaus para operacionalizar esses comandos aqui”.
Veja abaixo:
🚨 Traficante preso em Manaus fez "estágio" em morro carioca, diz delegado Cícero Túlio pic.twitter.com/RkIkvJjuP5
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) January 15, 2025
O delegado também falou sobre o caso do “bonde dos mauricinhos”, e como os envolvidos acabaram não ficando presos mesmo após a ação da polícia:
“A estratégia da defesa foi de tentar apresentar os envolvidos mesmo com mandado de prisão em aberto, no período de vedação eleitoral. Tínhamos conseguido os mandados de prisão temporária, e eles num primeiro momento se colocaram em condição de foragidos. A ideia era depois dizer que eles não precisavam ficar presos porque já tinham sido interrogados na delegacia.
E nós já temos o nosso protocolo de audiências. Para mim, não seria justo desmarcar uma audiência de caso de estupro, por exemplo, de algum caso em andamento, para recebê-los e interrogá-los a fim de beneficiá-los nessa estratégia da defesa. Não seria justo. E nesse intervalo de tempo do período eleitoral, eles conseguiram judicialmente uma liberdade provisória.
Não diria que houve um tratamento diferenciado pelo Judiciário para eles, mas porque eles têm mais recursos para empregar na defesa, com advogados de renome, e capazes de atuar mais concretamente nesse caso, por isso a defesa agiu de forma mais efetiva nesse caso. É diferente de uma pessoa que não tem condições de pagar advogado”.
Veja abaixo:
🚨 Delegado Cícero Túlio comenta caso "bonde dos mauricinhos" e liberdade dos envolvidos pic.twitter.com/nbZMr2dbfX
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Você pode conferir o programa na íntegra abaixo: