Integrante de facção, “Porcelana” lamenta morte de “Gringo”, chefe do CV no AM

Francisco Myller Moreira da Cunha, 32 anos, conhecido como “Gringo” ou “Suíça” e apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho (CV) no Amazonas, morreu durante a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro. Um dia após a ação, a amiga Evelyn Lorrany Nogueira de Lima, 23, a “Porcelana”, investigada por apoiar a fuga de quatro detentos do maior presídio de Roraima, publicou vídeos no Instagram lamentando a morte: “Descansa em paz, meu amigo. Você vai nos fazer muita falta”.

A operação, a mais letal da história recente, deixou mais de 120 mortos. Nesta sexta-feira (31/10), a Cúpula da Segurança Pública do Rio incluiu o nome de Gringo na lista parcial com 109 identificados.

Quem era “Gringo”

Segundo a Justiça do Amazonas, Francisco Myller estava foragido desde abril de 2024. Ele foi condenado a 34 anos e 10 meses pelo assassinato de Samuel Paz de Andrade, ocorrido em 8 de agosto de 2021, a vítima foi executada a tiros após invasão da residência, em crime ligado a disputa entre facções. Natural de Eirunepé (AM), Gringo havia completado 32 anos um dia antes da operação.

Quem é “Porcelana”

A investigada Evelyn Lorrany, de 23 anos, é apontada pela Polícia Civil de Roraima como integrante do CV. Além de ser investigada por suposto apoio à fuga na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Boa Vista), responde por tráfico no estado e foi condenada em 2023 a 5 anos (regime aberto) por tráfico de drogas e posse/porte ilegal de arma.

A condenação decorre de uma ação de junho de 2022: ela e o então namorado, Thiago Lima dos Santos, o “TH da Zona Leste”, foram presos com 1,7 kg de cocaína, 32 g de maconha, duas armas e 45 munições 9 mm. TH foi assassinado em 24 de julho deste ano, em Manaus, e também era citado como uma das principais lideranças do CV na capital, atuando como conselheiro da facção.

Operação “Cerco Fechado” e a fuga em RR

No caso da fuga, Evelyn é investigada na operação “Cerco Fechado”, da Polícia Civil de Roraima, que apura apoio logístico aos detentos Natanael Araújo Mesquita (26), Kaique de Almeida Vieira (22), Moisés Farias de Pinho (31) e Thiago Edward Cândida Dias (25), todos ligados ao CV. Segundo a polícia, o suporte envolveu transporte, rotas de fuga, repasses financeiros, alojamento em área de mata e possível fornecimento de armas e drogas. Todos foram recapturados e retornaram à penitenciária.