O comandante da Polícia Militar em Novo Aripuanã, no sul do Amazonas, foi preso nesta segunda-feira (5/5), após protagonizar cenas de violência contra duas mulheres em uma via pública da cidade. O caso aconteceu no fim de abril, mas ganhou ampla repercussão nos últimos dias, após a circulação de vídeos nas redes sociais que mostram o tenente Deivison de Oliveira Bento empurrando uma das vítimas ao chão e efetuando um disparo para o alto.
A prisão do oficial foi resultado da operação “Feridas na Alma”, conduzida pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM) por meio da Promotoria de Justiça de Novo Aripuanã, com apoio de promotorias voltadas ao controle externo da atividade policial. Além da ordem de prisão, três mandados de busca e apreensão também foram cumpridos, incluindo um em Manaus.
De acordo com as investigações, o tenente não estava em serviço no momento da ocorrência. Ainda assim, teria abordado agressivamente duas mulheres — uma delas foi violentamente empurrada ao chão, e a outra denunciou ter recebido um tapa no peito e ter sido alvo de spray de pimenta. Os celulares das vítimas também foram danificados durante o episódio.
“A prisão é uma resposta firme diante de uma conduta absolutamente inaceitável, especialmente vinda de alguém que tem o dever de proteger a população”, afirmou a promotora Jéssica Vitoriano Gomes.
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Segundo o promotor de Justiça Armando Gurgel Maia, o foco da operação era impedir que o oficial continuasse a praticar condutas abusivas.
“O comportamento do policial foi direcionado exclusivamente contra mulheres, o que, para o MP, configura um claro caso de violência de gênero”, declarou.
As agressões teriam sido motivadas por uma discussão iniciada quando uma atendente de um comércio local recusou-se a vender bebida alcoólica fiado, orientando o cliente a conversar com o proprietário do estabelecimento. A negativa teria provocado a reação violenta do oficial, que acabou em agressões físicas.
Após o caso viralizar, a Polícia Militar determinou o retorno imediato do tenente a Manaus, onde sua arma foi recolhida e uma investigação interna foi instaurada. O Ministério Público também solicitou seu afastamento do cargo para garantir a continuidade das apurações sem interferências.
Até o momento, a corporação não se pronunciou oficialmente sobre a prisão.
Relembre o vídeo: