Tem causado muita polêmica nas redes sociais o vídeo do pastor Pio de Carvalho, líder da Igreja Comunhão Cristã Abba, no qual ele afirma que o transtorno autista “não existe” e que é obra de “espírito maligno”.
Ele fez essas afirmações durante culto no município de Itapeva, interior de São Paulo, que foi transmitido ao vivo na internet, nessa semana. Durante a pregação, o pastor relatou uma conversa com uma mulher que atua no atendimento a crianças autistas, ironizando a existência do transtorno.
Ele chega a afirmar, desqualificando o transtorno:
“Meu avô morreu com 94 anos e nunca ouviu isso”.
O pastor também sugere que a “cura” para o autismo seria de natureza espiritual, encorajando professores a orarem pelas crianças e expulsarem o que ele chamou de “espírito maligno”.
Veja no vídeo abaixo:
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Após a grande repercussão negativa das suas falas, o pastor Pio de Carvalho veio a público nesta quinta (17/10) com um pedido de desculpas. Na nota, ele esclarece que não é médico ou psicólogo e afirma que sua intenção era destacar que muitas famílias e crianças estão sofrendo intensamente com “opressões” que, segundo ele, são de natureza espiritual.
A nota diz:
“Meu objetivo na referida palestra foi, unicamente, destacar que muitas das nossas crianças e famílias estão sofrendo intensamente sob opressões que, em minha perspectiva espiritual, são de natureza maligna”.
O pastor ainda reforça que sugeriu o apoio espiritual por meio de orações, junto ao tratamento clínico e acompanhamento de profissionais especializados. Ele complementou:
“Acredito que essa prática pode contribuir para resistir ao mal e aliviar a dor de muitas famílias e crianças”.
No Amazonas, a deputada estadual Joana Darc (União Brasil), divulgou nota de repúdio em suas redes sociais. Confira:
Precisamos proteger nossas crianças autistas, SEMPRE!
Infelizmente, um pastor se manifesta dessa forma, sem total conhecimento sobre o que significa o Transtorno de Espectro Autista. Nossas crianças não estão com espíritos malignos, nossas crianças não estão doentes, nossas crianças precisam de RESPEITO e INCLUSÃO!
Sou cristã, e jamais irei aceitar um tipo de comentário sobre TEA, sobre síndrome ou deficiência, sendo feito de maneira preconceituosa, ainda mais dentro de uma igreja, lugar que deveria ACOLHER TODOS.
Queremos justiça, pois famílias atípicas merecem RESPEITO!
*Com informações de QB News e O Fuxico Gospel
