Nesta manhã deste sábado (24/2), o renomado jornalista Roberto Cabrini desembarcou em Belém (PA), e partiu rumo ao arquipélago do Marajó para investigar as denúncias que têm ecoado nas redes sociais e na mídia sobre exploração sexual infantil.
O caso ganhou notoriedade após a participação da cantora gospel, Aymeê, cantar sua música “Evangelho de Fariseus”, na semifinal do reality show gospel Dom Reality. Na canção, a artista faz críticas à instituições religiosas, mas aborda também a realidade da exploração sexual de crianças na Ilha do Marajó (PA). A reportagem deve ir ao ar neste domingo (25/2).
No vídeo que começou a circular na tarde deste sábado, mostra Cabrini sendo confrontado por um homem. Veja abaixo:
📌 Jornalista Roberto Cabrini é confrontado por homem durante investigação na Ilha do Marajó (PA)
NacionalConfira o vídeo: pic.twitter.com/eTSaIpdjfM
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) February 24, 2024
De acordo com testemunhas, o homem é advogado de um suspeito de estupro. Ele tentava impedir que o jornalista e sua equipe registrassem seu cliente.
“Divulgar eu vou porque eu sou jornalista e nada me impede.” disse Cabrini.
“Eu já manifestei que a imagem dele não vai ser vinculada.” afirma o suposto advogado.
O jornalista rebate: “Mas aqui é público. Eu conheço a lei tanto quanto você. Não estou aqui para te prejudicar e nem você a mim. Estou fazendo meu trabalho e você o seu.”
Roberto Cabrini é considerado um dos principais jornalistas brasileiros, especializado em jornalismo investigativo, coberturas de guerras e da defesa dos direitos humanos.
Declaração da cantora durante apresentação
No último dia (16/2), ao fim da apresentação, uma declaração da cantora gospel ampliou a indignação da opinião pública: “Marajó é uma ilha a alguns minutos de Belém, minha terra. E lá tem muito tráfico de órgãos. Lá é normal isso. Tem pedofilia em nível hard”, disse ela.
“As famílias lá são muito carentes. As criancinhas, de seis e sete anos, saem em uma canoa e se prostituem no barco por R$ 5”, completou.
O tema ganhou a atenção de artistas e influenciadores digitais famosos, que passaram a cobrar medidas das autoridades, com grande repercussão.
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Apesar desse ressurgimento recente, o fato é que casos de exploração sexual e pedofilia são investigados há décadas na região e foram alvo de inquérito iniciado a pedido da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, em 2006.
Alguns estudos revelam que o Pará registra uma média de cinco casos de abuso e exploração sexual infanto-juvenil por dia. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o estado possui uma taxa de 3.648 casos, acima da média nacional de 2.449 em crimes dessa natureza.