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Em apresentação, cantora gospel denuncia exploração sexual e tráfico de crianças em Marajó – PA

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A cantora gospel Aymeê Rocha viralizou, na última sexta-feira (16/2), ao cantar sua música “Evangelho de Fariseus”, na semifinal do reality show gospel Dom Reality. Na canção, a artista faz críticas à instituições religiosas.

Um trecho que chamou atenção durante a apresentação, é a citação da cantora à Ilha do Marajó, abordando a realidade da exploração sexual de crianças no local, trazendo novamente o destaque sobre a situação.

“Enquanto isso, no Marajó, o João desapareceu esperando os ceifeiros da Grande Seara”.

Ao final de sua apresentação, Aymeê relatou que crianças na Ilha do Marajó chegam a se prostituir por R$5 para os turistas que visitam a região.

Denúncias

Apesar desse ressurgimento recente, o fato é que casos de exploração sexual e pedofilia são investigados há décadas na região e foram alvo de inquérito iniciado a pedido da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, em 2006.

Em abril de 2006, o bispo emérito de Marajó, Monsenhor Dom José Luiz Azcona, apresentou denúncias ao Governo Federal e à presidência da CDHM na Câmara Federal, sobre casos de adolescentes que estariam sendo vítimas de exploração sexual no município de Portel (PA).

Documentos da época, revelaram o envolvimento de políticos locais nos casos, como aliciadores levando meninas para prostituição. Ainda na época, o bispo do Marajó criticou a fala de um político e ratificou as denúncias que havia feito sobre a exploração de crianças e adolescentes, não apenas no município de Portel, mas também em toda a Ilha de Marajó.

Em depoimento, uma jovem de 13 anos relatou que ao sofrer “todos os tipos de abusos sexuais possíveis” foi ameaçada de não poder voltar à escola e de sua família passar fome caso não fizesse o que agressor mandava.

Dois anos mais tarde, Dom José Luiz Azcona (o mesmo religioso ouvido pelos deputados federais em 2006) voltou a ser notícia, após revelar novos casos de abuso contra crianças na Ilha de Marajó.
Em 14 de abril de 2008, o site G1 divulgou que crianças entre 12 e 14 anos estariam se prostituindo em troca de comida em diversos municípios da região, como Breves, Portel e Melgaço. De acordo com o relato de Azcona, na época, muitas das vezes as crianças eram levadas para a prostituição pelos próprios pais.
Elas abordam passageiros que transitam de barco pela região e oferecem o corpo em troca de dois quilos de carne e cinco latas de óleo de cozinha.
Em 2010, a CPI da Pedofilia destacou casos no Pará. Entre março de 2008 e dezembro de 2010 foi instaurada na Câmara dos Deputados, em Brasília, uma comissão parlamentar de inquérito para investigar denúncias de casos relacionados ao abuso infantil.

No período, a chamada CPI da Pedofilia apresentou 14 projetos de lei, elaborados para erradicar, ou ao menos reduzir, os casos em todo o país.

No relatório final apresentado pelos parlamentares, a Ilha de Marajó ganhou um destaque sendo apontada pela CPI como um “caso crítico”.

De acordo o relatório, os crimes sexuais seriam favorecidos pelas condições de pobreza que envolvem 40% da população.

O relatório apontou que entre os suspeitos pelos crimes diversas autoridades – entre elas prefeitos, deputados, conselheiros de tribunais de contas e até mesmo conselheiros tutelares.

Já em 2019, a situação ganhou um novo destaque, quando então a ministra da Família e Direitos Humanos, Damares Alves, alertou que a região abrigava um grande esquema de tráfico e prostituição de menores. Damares chegou a lançar o programa “Abrace o Marajó” com o objetivo de implementar ações sociais visando reduzir a fome. A situação foi apontada como determinante para o alto índice de casos de exploração sexual na região, uma vez que as crianças estavam se prostituindo por falta de alimentação adequada.

Diversas organizações civis e instituições públicas expressaram críticas contundentes à eficácia do programa no arquipélago. No ano de 2021, o governo federal foi questionado pelo Ministério Público Federal (MPF), pela Defensoria Pública da União (DPU), pelo Ministério Público do Pará (MPPA) e pela Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE) em relação às denúncias levantadas.

Em outubro de 2022, após a discussão levantada por Damares durante um culto evangélico sobre a situação na Ilha, autoridades do Pará, incluindo o Ministério Público, solicitaram à então ministra que apresentasse evidências das alegações feitas. Contudo, as provas nunca foram fornecidas. Ela relatou que crianças na região tinham dentes arrancados para facilitar o sexo oral.

O Ministério Público Estadual moveu uma ação civil pública contra Damares, enquanto o Ministério Público Federal tomou medidas legais contra a União e a ex-ministra, buscando uma indenização de R$ 5 milhões por danos sociais e morais coletivos, a serem investidos em projetos sociais para a região.

Repercussão

Os relatos de exploração sexual de menores na região ressurgiram após a canção, e agora, diversos vídeos compartilhados por moradores surgiram nas redes sociais. No entanto, apesar desse cenário alarmante, a Ilha do Marajó está atualmente inserida no Programa Cidadania Marajó. Lançado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o programa visa combater o tráfico e o abuso sexual de crianças e adolescentes.

Veja o vídeo:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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