O único hospital psiquiátrico da rede pública em Alagoas, o Hospital Escola Portugal Ramalho, está praticamente isolado com o afundamento do solo causado pela mineração da Braskem. Sua localização é na no bairro do Farol, área de criticidade 01 —a segunda de maior risco.
Com as condições do hospital que está sob monitoramento e ainda sem previsão de realocação, seus funcionários vem reagindo com preocupação e medo.
A auxiliar de enfermagem Patrícia Juliana Sousa, 51, é uma das que temem pelo pior. Na noite da última quarta (10/1), ela entrou no plantão noturno às 19h, mas deixou o hospital duas horas depois, após uma crise de pânico.
“O pânico que tive foi muito grande. Tive vontade de ir embora andando. Eu falei com a enfermeira de plantão, saí e fiquei esperando minha filha na porta do Batalhão da PM [que fica na mesma rua, mas mais distante da área de risco] porque era mais fácil de correr. Fiquei extremamente abalada”, contou.
A auxiliar ainda reatou que tem transtorno de ansiedade e, logo após o anúncio de que a mina 18 iria colapsar, ficou assustada e disse que não vai mais seguir na função, até que o hospital seja realocado.
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Em 2023, O Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL) pediu que sejam tomadas medidas em caráter emergencial para realocação do Hospital Portugal Ramalho.
Maceió está em alerta máximo para a mina desde 30 de novembro do ano passado, após tremores terem sido registrados na região. O colapso da mina de extração de sal-gema da mineradora Braskem, no bairro do Mutange, tem gerado riscos sem precedentes à população. Mais de 200 mil pessoas foram afetadas direta e indiretamente e cerca de 60 mil pessoas abandonaram suas casas.
*com informações UOL