Aconteceu na tarde de quinta (13/6) a reconstituição do assassinato de um idoso de 77 anos, morto com uma “voadora” no peito em Santos, litoral de São Paulo: Tiago Gomes de Souza, preso pelo crime, se jogou no chão e chorou durante a reconstituição do crime feita pela Polícia Civil. Sob comoção popular das pessoas ao redor, ele se ajoelhou no chão e pediu desculpas.
O crime, e a reconstituição, aconteceram na Rua Pirajá da Silva, no bairro Aparecida: Cesar Fine Torresi estava atravessando a rua junto com seu neto, de 11 anos. De acordo com o boletim de ocorrência, Tiago dirigia um carro e freou bruscamente, momento em que o idoso apoiou as mãos sobre o capô do veículo. O motorista saiu do automóvel e o chutou no peito.
O trabalho de reconstituição contou com a presença de Tiago, Eugênio Malavasi (advogado dele), um promotor do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e autoridades policiais. O filho da vítima, Bruno Cesar Fine Torresi, também participou. Durante o procedimento, três versões foram reproduzidas: do autor do crime, do neto da vítima e de uma testemunha – um médico que auxiliou nos primeiros socorros de Cesar e viu apenas parte do ocorrido.
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Durante a reconstituição, o suspeito disse ter sofrido um “ataque de fúria” pela atitude da vítima, e que não teve a percepção se havia machucado ou não o idoso quando ‘avançou’ com o veículo.
A delegada que apura o caso, Liliane Lopes Doretto, do 3° Distrito Policial da cidade, declarou à imprensa:
“Ele [Tiago] nem estacionou o carro. Simplesmente desceu, deixou a chave ali e foi atrás do senhor. Ele diz que houve uma discussão. O neto diz que não”.
Ainda de acordo com a delegada, Tiago disse à polícia sofrer de transtornos psicológicos e que está fazendo tratamento com medicamentos. A delegada também declarou que o inquérito ainda não foi concluído.
Também de acordo com a polícia, não foram achadas, até o momento, imagens de câmeras do incidente, e a delegada conclamou outras testemunhas do evento para que se apresentem, a fim de ajudar nas investigações.
Dezenas de pessoas acompanharam a reconstituição do crime no local e pediram por justiça. Para a delegada, o procedimento foi “bastante tenso” por se tratar de um crime “impactante” e “revoltante”. Apesar disso, ela afirmou que o trabalho foi essencial para o inquérito. Ela afirmou:
“Foram momentos tensos. A gente se solidariza com as partes, com a família. É muito triste, não tem como dizer que você não fica preocupada o tempo todo com a rigidez física do autor do fato”.
Veja abaixo momento em que suspeito se emocionou durante reconstituição:
A defesa de Tiago disse que a versão dele, apresentada na reconstituição, foi condizente com o depoimento dele apresentado à polícia. O advogado afirmou, ainda, que entrará com um pedido de prisão domiciliar por causa do problema psiquiátrico de Tiago, que é pai de três crianças. A linha da defesa será a de afirmar que não houve homicídio, mas sim uma lesão corporal seguida de morte.
Com informações de G1.