A história da socialite bilionária Regina Lemos Gonçalves, 88 anos, está impressionando o país. Ela contou ao programa Fantástico, da Rede Globo, neste domingo (28/4), que foi mantida em cárcere privado por cerca de 10 anos pelo seu ex-motorista, José Marcos Chaves Ribeiro.
Regina mora em um apartamento de mil metros quadrados no Edifício Chopin, em Copacabana, na zona Sul do Rio de Janeiro. O local conta com decoração única, como itens de coleção, quadros de artistas renomados e peças exclusivas. Nesse mesmo endereço, ela afirmou que esteve isolada de amigos e familiares nos últimos 10 anos.
Regina disse ao programa:
“Eu resolvi fugir. Resolvi pôr um final nisso. O dia que eu fui procurar a casa do meu irmão, falei: cheguei. Eles assustaram. Eu havia emagrecido mais de 30 kg. Tava osso puro”.
Regina é viúva e não tem filhos. Antes de se casar com o empresário Nestor Gonçalves, ela já era rica, mas com a morte dele, há 30 anos, herdou uma fortuna avaliada em aproximadamente R$ 2 bilhões.
Leia mais:
O cárcere e a fuga
Segundo a reportagem, Regina teria contratado o funcionário em 2011 por indicação de conhecidos em Minas Gerais. Ela teria deixado de aparecer nas áreas comuns do edifício, o que teria gerado desconfianças de vizinhos.
Já em maio de 2022, eles fizeram uma denúncia anônima sobre o sumiço dela ao Ministério Público do Rio. Segundo esses vizinhos, os telefones dela eram usados e sempre atendidos por José Marcos Chaves Ribeiro. E que em ligações ou pessoalmente, ele sempre respondia com negativas evasivas, alegando doença para não falarem diretamente com ela.
José Marcos alega que os dois viveram um relacionamento amoroso. Ele dizia que era marido de Regina, o que ela nega: “Uma audácia, um atrevimento”. Porém, em 2021, foi firmada uma escritura de união estável entre os dois. Ele tinha 50 anos à época, ela 85. Junto com a escritura, foi apresentado laudo psiquiátrico afirmando que os dois estavam em pleno uso de suas faculdades mentais.
Em 2023, o ex-motorista entregou à Justiça um novo laudo, de outro psiquiatra, dizendo que, agora, Regina apresentava quadro de demência avançada com déficit cognitivo grave que a incapacitava para a prática dos atos da vida civil. Segundo a socialite, essa foi a gota d’água e ela fugiu do apartamento em 2 de janeiro.
Regina disse:
“Levantei, apanhei minha bolsa e saí pela porta dos fundos. Ele quis vir atrás, mas eu andei mais depressa que ele, pedi um táxi na esquina da (rua) Fernando Mendes e pedi ao taxista que não abrisse a porta para ele”.
Regina foi à casa de um irmão em Copacabana, para “se recuperar dos traumas”.
A socialite negou que ele tenha cometido violência física contra ela, mas disse:
“Achei que ele era de confiança, mas um dia ele gritou comigo. Depois comecei a ver que ele não era uma pessoa de confiança. Ele já havia pego muitas coisas. Pegou 30 anos de poupança que juntei no banco. Me deixou a zero. Fiquei muito triste, mas entrego para Deus”.
De acordo com amigos de Regina, itens valiosos do apartamento da socialite desapareceram. Álvaro, estilista e amigo da socialite, disse:
“Eu conhecia todas as joias dela. Sumiu tudo. Ela tinha riviera de rubi. Sumiu tudo. Van Cleef, Bulgari, Cartier, peças valiosas, diamante, chocolate, dourado, coisas raras. Não tem mais nada, nada”.
Em 6 de janeiro, policiais foram até o apartamento. Mas, pelos relatos dos agentes, porteiros disseram que José Marcos saiu na hora em que viu a viatura chegando. Dois dias depois, o ex-motorista declarou à Justiça que Regina só saiu de casa porque teve um surto decorrente de seu estado frágil e de confusão mental.
Segundo a defesa de Regina, há provas de que o ex-motorista “dilapidou o patrimônio” da idosa. De acordo com a família, são centenas de apartamentos, terrenos e mansões. Só em um condomínio em São Conrado, na zona Sul do Rio, ela tem 4 casarões. Uma das mansões estaria sendo usada por José Marcos.
Legalmente, a situação atual entre Regina e José Marcos possui duas caracterizações. Na área criminal José Marcos está proibido de se aproximar da socialite. Mas na área cível, o ex-motorista é o responsável por administrar todos os bens de dona Regina.
Até o momento de postagem desta matéria, a defesa de José Marcos ainda não se manifestou.
*Com informações de G1 e Metrópoles.