Três adolescentes foram mortos no Ceará após publicarem fotos com gestos que são associados a facções criminosas. As vítimas foram confundidas com integrantes de grupos rivais.
Caso turista
Henrique, de 18 anos, tirou fotos em que destacava três dedos nas mãos (polegar, indicador e dedo médio). O número “três” faz referência a uma facção cearense aliada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Já o número “dois”, está relacionado ao Comando Vermelho (CV). Ele foi sequestrado e morto no dia 18 de dezembro enquanto viajava pelo estado.
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Turista é morto após postar foto com gesto de facção criminosa
Caso coroinhas
Em 2019, Ronald Miguel, de 15 anos, foi morto a tiros após ter o celular vasculhado por criminosos, que encontraram fotos de pessoas fazendo o sinal “V” com os dedos. Ele era coroinha e estava conversando com a mãe na calçada de casa após a missa quando foi atingido por pelo menos um disparo na cabeça.
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Menos de um ano depois, foi assassinado Jefferson Brito Teixeira, de 14 anos. Ele foi executado com três cortes que tinha na sobrancelha, o que também foi avaliado como referência a uma facção criminosa.
Pesquisador alerta sobre gestos que foram apropriados por criminosos
Em entrevista ao G1, o professor Luiz Fábio Paiva, pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) da Universidade Federal do Ceará, comentou sobre a apropriação de símbolos cotidianos por facções criminosas.
“Então, muitas pessoas, às vezes, fazem esse símbolo e não necessariamente estão associadas, mas o símbolo foi apropriado e, consequentemente, torna-se ali um elemento de identificação do grupo”, disse.