A escrivã Gislayne Silva de Deus, de 36 anos, participou da operação da Polícia Civil de Roraima que prendeu o acusado pela morte do próprio pai dela, 25 anos antes. A operação aconteceu na quinta (26/9) e ela resumiu à imprensa que o desfecho do caso marca o fim de uma longa jornada para a família.
Gislayne disse:
“Com a prisão dele, lavei minha alma e a de toda minha família. Foi o encerramento de um ciclo. Hoje temos paz e o sentimento de que a justiça foi feita”.
O crime aconteceu em 1999: Gislayne era a mais velha de cinco filhos de Givaldo José Vicente de Deus e tinha 9 anos quando perdeu o pai. Ele foi assassinado por Raimundo Alves Gomes, que o matou com um tiro à queima-roupa por causa de uma dívida de R$ 150.
Gislayne e as irmãs, outras quatro filhas de Givaldo, ficaram, então, órfãs. A mais nova tinha apenas 2 anos quando o crime ocorreu e cresceu sem lembranças do pai.
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Raimundo Gomes foi julgado e sentenciado pelo Tribunal do Júri, do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), 14 anos depois do crime, em 2013. Ele foi condenado a 12 anos de prisão pelo homicídio, e o caso transitou em julgado (teve a tramitação concluída) no mesmo ano.
A prisão do homem, feita por policiais da Delegacia Geral de Homicídios, aconteceu na noite de quarta-feira (25), em uma área de chácaras no bairro Nova Cidade, também na zona Oeste de Boa Vista. Um vídeo registrou o momento em que a escrivã ficou frente a frente com o assassino do pai. Veja abaixo:
Aos 18 anos, em 2007, Gislayne começou a cursar direito em uma faculdade particular e, sete anos depois, se tornou advogada. Ela não planejou seguir a vida policial mas, acabou prestando concurso e foi aprovada. Em 2022, ela ingressou na polícia penal de Roraima e atuou na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo e também no Departamento do Sistema Prisional (Desipe).
Era um sonho dela ver o assassino do pai preso. Ela disse:
“Quando eu era [policial] penal, eu imaginava sempre ele chegando lá para cumprir a pena dele”.
Ao ingressar na Polícia Civil, ela fez um pedido específico: ser lotada na Delegacia Geral de Homicídios (DGH). Gislayne acreditava que, por meio da unidade, poderia encontrar e, finalmente, prender o autor do crime.
Gislayne concluiu:
“A gente finalmente vai ter paz”.
Com informações de G1.