Ocorre hoje no Senado audiência da Comissão de Educação no Senado com prefeitos, chamados a prestar depoimentos após as denúncias de que houve suposta atuação de pastores na liberação de verbas do Ministério da Educação. O prefeito de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB), voltou a afirmar que o pastor Arilton Moura pediu dele 1 kg de ouro em troca de liberar verbas do ministério.
Desde a revelação dessas denúncias, o ministro da Educação Milton Ribeiro acabou sendo demitido do cargo. Em 22 de março, foi revelada gravação de Ribeiro na qual ele dizia que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, o ministério repassava verba a municípios indicados pelos pastores Moura e Gilmar Santos. Em virtude do caso, o Senado convocou essas audiências.
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O prefeito Gilberto Braga falou de reunião ocorrida em 7 de abril do ano passado. Ele disse:
“Até então, eu não conhecia o ministro da Educação. O pastor estava, sim, sentado à mesa na hora da palestra no MEC e, em seguida, nós fomos para esse almoço. E, lá nesse almoço, que não estava o ministro, só estavam os dois pastores, tinha uma faixa de uns 20 a 30 prefeitos. E a conversa era muito bem aberta. Ele virou para mim e disse: ‘Cadê suas demandas?’. E ele falou rapidamente: ‘Você vai me arrumar os 15 mil para eu protocolar as demandas e depois que o recurso tiver empenhado, depois, como a sua região é de mineração, vai me trazer 1 quilo de ouro’. Eu não disse nem que sim nem que não, me afastei da mesa e fui almoçar”.
O prefeito de Boa Esperança do Sul (SP), José Manoel de Souza, reiterou que o pastor Arilton Moura também pediu R$ 40 mil de propina.
A audiência no Senado continua. O ex-ministro Ribeiro deveria ter deposto no último dia 31, mas não compareceu. Senadores da oposição já falam em criar uma CPI do MEC para avaliar a situação na pasta.