Na tarde de quarta (17/4), prestou depoimento à polícia do Rio de Janeiro o mototaxista que ajudou Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, a colocar o idoso Paulo Roberto Braga, de 68 anos, no carro do motorista de aplicativo que os conduziu até a agência bancária do calçadão de Bangu, na Zona Oeste do Rio, na tarde de terça-feira (16). O motorista de aplicativo também depôs.
O mototaxista declarou à polícia que Paulo estava vivo na hora que foi colocado no veículo. Já o motorista afirmou que o idoso segurou a maçaneta quando estava sendo retirado do carro.
O caso ganhou repercussão nacional após ser divulgado o vídeo, gravado por atendentes do banco, em que Erika pede para o idoso, imóvel e com a cabeça pendente, assinar um pedido de empréstimo de R$ 17 mil. Após suspeitarem da atitude da mulher e da condição do homem, funcionários chamaram a polícia e ela foi presa em flagrante. O Samu constatou no local a morte de Paulo.
Reveja o vídeo:
📌Mulher leva morto em cadeira de rodas para sacar empréstimo de R$ 17 mil no RJ pic.twitter.com/UQjPXzT4z9
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) April 17, 2024
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No depoimento do mototaxista que ajudou a levar o idoso até o carro de aplicativo, o depoente disse que foi chamado por Erika para ir até sua casa e ajudar a carregar Paulo Roberto. Segundo o mototaxista, o idoso ainda respirava e tinha força nas mãos. Ele chegou à casa deles por volta das 12h20, e teria visto Paulo deitado na cama.
O motorista de aplicativo que levou Erika e Paulo também disse, em depoimento, que o idoso, ao ser retirado do carro por Erika ao chegar no shopping próximo à agência bancária, segurou na maçaneta do carro.
Também prestaram depoimento à polícia a gerente do banco e o médico do Samu que constatou a morte do idoso. Segundo a gerente, ao perceber que o idoso não estava bem, ela pediu a Érika que o tio dela assinasse um papel antes de pegar o dinheiro e percebeu que, durante todo o processo, Paulo Roberto não respondia, e tinha aspecto pálido. Já o médico disse que o corpo do idoso já apresentava manchas que normalmente aparecem só depois de duas horas de um óbito.
Érika de Souza Vieira Nunes também prestou depoimento ainda na terça-feira. Disse que o tio ficava sob seus cuidados e que, depois de receber alta de uma internação em uma UPA na segunda-feira, Paulo Roberto havia dito a ela que queria pedir um empréstimo de R$ 17 mil para comprar uma televisão e fazer uma reforma na casa dele. Segundo ela, o idoso saiu de casa debilitado, mas consciente.
A defesa de Érika já se pronunciou e afirmou que Paulo morreu na agência. Além disso, também disse ter laudo psiquiátrico que comprova que sua cliente faz tratamento. Já o titular da 34ª DP (Bangu), o delegado Fábio Luiz de Souza, que investiga o caso, acredita que o idoso já estava morto há pelo menos duas horas antes de chegar na agência bancária.
A polícia também já conseguiu determinar que na segunda (15), um dia antes da morte do idoso, Érika tinha levado Paulo duas vezes a uma agência do banco BMG, em Bangu. Segundo o prontuário médico, ele ficou dependente de oxigênio entre os dias 8 e 15 deste mês. O prontuário ainda aponta que ele apresentava quadro de taquicardia no dia em que recebeu alta.
Érika aguarda audiência de custódia. Ela foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude, e vilipêndio de cadáver.
*Com informações de G1 e Folha de S. Paulo