O ministro do STF (Superior Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou a libertação de 137 pessoas presas e denunciadas por atos de destruição cometidos em Brasília, no dia 8 de janeiro. As decisões do ministro foram proferidas em segredo de Justiça entre ontem (27) e hoje (28).
Moraes considerou que as investigações não apontaram esse grupo de presos como financiadores ou executores principais dos ataques e da invasão às sedes dos três Poderes. Em suas decisões, Moraes cita que a maioria dos acusados são réus primários e possuem filhos menores de idade; eles foram denunciados pelos crimes de incitação ao crime e associação criminosa.
Leia mais:
STF derruba lei do Amazonas que proibia instalação de medidores aéreos
STF manda Justiça reavaliar queixa contra Carlos Bolsonaro
Ainda assim, os libertados terão de cumprir uma série de medidas cautelares:
- uso de tornozeleira eletrônica;
- obrigação de apresentar-se à Justiça no estado de origem, no prazo de 24 horas e comparecimento semanal, todas as segundas-feiras;
- proibição de sair do país;
- cancelamento de todos os passaportes;
- suspensão imediata de quaisquer documentos de porte de arma de fogo;
- proibição de utilização de redes sociais;
- proibição de comunicar-se com os demais envolvidos.
Nenhum dos libertados nesse bloco de hoje é do Amazonas.
Segundo balanço divulgado pelo Supremo, 803 pessoas continuam detidas no Distrito Federal pelo ataque e invasão às sedes dos três Poderes.
O STF também estuda a opção de criar uma força-tarefa com servidores de outros tribunais, para desafogar a corte e ajudar no processo e julgamento de tantos processados. A preocupação é que o STF acabe ficando travado com tantos casos.
E ainda ontem, Moraes também decidiu que caberá ao STF julgar e processar militares que tiverem participado dos atos terroristas de Brasília. O ministro ainda autorizou pedido da Polícia Federal para abrir investigação sobre possível participação de integrantes das Forças Armadas e Policiais Militares nas manifestações antidemocráticas.